O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) afirmou, em depoimento à Polícia Federal, que não teve intenção de matar os quatro policiais que foram cumprir a ordem de prisão contra ele expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em outubro de 2022. O teor da oitiva foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Aos investigadores, Jefferson declarou ter mirado a viatura da PF porque supôs tratar-se de veículo blindado. O bolsonarista destacou ainda que riu quando uma policial fugiu após o lançamento da primeira granada. “Eles se abrigaram. A última a correr foi a menina. Eu até ri. Ela é igual a minha neta. Cabelinho preso…”, disse.
Segundo a Folha, durante o depoimento o ex-deputado teria pedido desculpas e manifestado arrependimento pela ação. “Nunca na minha vida dei um tapa em ninguém.”
Em outro momento da oitiva, o bolsonarista disse ter reagido à prisão como forma de protesto ao que considerou injustiça. Segundo a versão apresentada à PF, ele teria adquirido as armas antes da prisão domiciliar – o argumento é contestado pelo Ministério Público Federal, que vê indícios de aquisição ilegal do armamento.
Roberto Jefferson foi preso em 23 de outubro por descumprir as regras da prisão domiciliar imposta pelo STF. No dia anterior à determinação de Moraes, o ex-deputado utilizou as redes sociais para proferir ofensas contra a ministra Cármen Lúcia.
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