Política
“Eu vou implodir o presidente”, diz líder do PSL na Câmara em áudio
Em discussão com deputados do PSL, o líder do partido Delegado Waldir diz: ‘Acabou o cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo’
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Untitled-11.jpg)
O líder do PSL na Câmara, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) afirmou que pretende “implodir” o presidente Bolsonaro. A declaração foi obtida em um áudio conseguido pela Record TV. Nesta quinta-feira 17, Waldir empreendeu uma vitória contra a ala bolsonarista na Câmara, que queria destituí-lo e levar o deputado Eduardo Bolsonaro ao cargo.
No áudio em que os deputados do PSL discutem a liderança do partido, é possível identificar uma declaração de Waldir: “Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Eu tenho a gravação. Não tem conversa, não tem conversa. Eu implodo o presidente. Acabou o cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo”, diz o líder do PSL. Ele aborda a questão por cerca de um minuto, referindo-se ao presidente com palavrões. A declaração começa aos 2 minutos e 40 segundos.
Desde ontem, o partido se encontra em um racha que opôs a base apoiadora de Waldir à base apoiadora de Bolsonaro, que tinha candidato a líder o deputado Eduardo Bolsonaro.
Os deputados apoiadores de Waldir acusam Jair Bolsonaro de atuar pessoalmente para influir o processo. Isso porque na quarta-feira 16, a revista Época divulgou um áudio em que o presidente aparece pedindo apoio a deputados do PSL para destituir o deputado do cargo de líder do partido na Câmara. Waldir é ligado ao presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e tem feito críticas públicas a Bolsonaro.
A escolha do líder partidário foi oficializada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que recebeu as listas de apoiadores e oposicionistas.
A crise entre Bolsonaro e o comando do PSL se acentuou na semana passada, quando o presidente orientou um apoiador a esquecer Bivar que, na opinião dele, está “queimado”. Bivar disse que a fala era “terminal” na relação entre Bolsonaro e o partido, ao qual o presidente é filiado.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.