Ex-vereador Gabriel Monteiro terá que indenizar médico constrangido durante gravação em UPA

O ex-vereador Gabriel Monteiro (PL-RJ) terá que indenizar o médico filmado em horário de repouso em uma UPA no Rio de Janeiro. A condenação foi imposta pela 22ª Vara Cível do Rio de Janeiro e tem valor de 20 mil reais.

Na gravação, feita em 2021, o então vereador fazia uma suposta fiscalização no local e gravou um médico em horário de repouso, alegando que o profissional estaria dormindo em horário de expediente. O político chegou a dar voz de prisão ao médico. A situação, do ponto de vista de Monteiro, foi exposta em um vídeo no Youtube.

Para o juiz Luiz Eduardo de Castro Neves, o ex-vereador não entende do tema exposto no vídeo e desconhece a legislação, tendo apenas tentado se promover com a gravação. A decisão acatou os argumentos do médico, que destacava que a lei prevê repousos após o cumprimento de parte da carga horária durante um plantão hospitalar.

“É evidente o desrespeito e humilhação impostos ao autor, retratado nos vídeos produzidos pelo réu como um médico desidioso, que não cumpre seus deveres funcionais, na atividade pública que desempenha, o que resulta em indevido abalo a sua imagem”, descreve o juiz em um trecho da decisão.

Ao definir a multa, o magistrado diz que os fatos são ainda mais graves por se tratar de um vereador, com poder de influência nas redes sociais. A ação protagonizada por Monteiro, diz a decisão, incitou discursos de ódio e ameaças aos médicos da UPA.

“Neste particular, cabe registrar que a gravidade do fato é aumentada por se tratar de um vereador, que deve ter conduta respeitosa e adequada em razão do importante cargo que ocupa, ao invés de dele se valer para ameaçar e constranger indevidamente pessoas que estão trabalhando”, destaca. “Além disto, a difusão das imagens e as mensagens emitidas nas redes sociais, com alto alcance, incitam a população contra os médicos, causando danos para as instituições, sem nada contribuir para a melhoria dos serviços”, completa.

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Gabriel Monteiro, importante dizer, não é mais vereador. O político foi cassado sob acusações de estupro e abuso sexual de menores. Ele também é acusado de forjar vídeos e perseguir moralmente funcionários. Pelas revelações, está preso desde novembro de 2022. Recentemente, o Ministério Público pediu que o ex-vereador fosse investigado por tortura.