Política

Fim de atos golpistas em quartéis será a prioridade de Lula em diálogo com chefes das Forças Armadas

O futuro ministro da Defesa José Múcio já escolheu os próximos comandantes militares

Fotos: Evaristo Sá/AFP
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O encerramento das manifestações golpistas promovidas por bolsonaristas em frente a quartéis será a primeira a ordem do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos próximos comandantes das Forças Armadas, cujos nomes devem ser anunciados nos próximos dias. A informação foi publicada nesta terça-feira 13 pelo jornal O Estado de S.Paulo.

A decisão de Lula, informa o veículo, foi divulgada a aliados antes mesmo de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) incendiarem veículos e atacarem a sede da Polícia Federal em Brasília, na noite da última segunda 12.

Entre os aliados informados da determinação de Lula estariam os deputados federais André Janones e Luís Tibé, ambos do Avante de Minas Gerais. Eles se reuniram com o presidente eleito em 8 de dezembro, em Brasília, e ouviram que a mobilização golpista nos quartéis é um “desrespeito” aos militares.

O futuro ministro da Defesa José Múcio já escolheu os próximos comandantes militares: o general Julio Cesar de Arruda no Exército, o almirante Marcos Olsen na Marinha e o brigadeiro Marcelo Damasceno na Aeronáutica.

Na segunda-feira, manifestantes bolsonaristas danificaram carros estacionados no entorno da sede da Polícia Federal em Brasília e incendiaram diversos ônibus. Eles também tentaram invadir o prédio da PF e atiraram paus e pedras na direção de agentes.

O grupo supostamente protestava contra a prisão de um indígena que participava de manifestações golpistas. Segundo o Supremo Tribunal Federal, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária de José Acácio Serere Xavante, pelo prazo inicial de dez dias, por condutas ilícitas em atos antidemocráticos. A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, uma parcela dos autores da depredação faz parte de um acampamento instalado em frente ao Quartel General do Exército na capital federal.

Em entrevista na noite de segunda, ele acrescentou que a permanência do grupo no QG seria reavaliada.

“Parte desses manifestantes (…) realmente estava no QG, no acampamento, e participaram desses atos. Quem for ali identificado será responsabilizado”, declarou Danilo.

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