O senador Flávio Bolsonaro utilizou as redes sociais, nesta terça-feira 4, para sair em defesa do pastor André Valadão após a repercussão de declarações homofóbicas em um culto exibido no domingo.
“Aos que estavam duvidando, a perseguição chegou dentro das igrejas, é o início do fim do resto que ainda tínhamos de liberdade religiosa”, disse Flávio comentando uma notícia que alegava ser mentira que Valadão incitou fiéis a matar LGBTs.
Aos que estavam duvidando… a perseguição chegou dentro das igrejas, é o início do fim do resto que ainda tínhamos de liberdade religiosa. https://t.co/vPGivq7xEK
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) July 4, 2023
Como apurado por CartaCapital, a declaração homofóbica do pastor dizia claramente que “Deus matava [sic] tudo [os LGBTs] se pudesse”, mas que agora seria com os fiéis concluir a missão. O trecho estava presente em uma live publicada no canal de sua igreja, a Lagoinha Church, no YouTube. Graças a uma ferramenta da plataforma, contudo, o vídeo foi editado posteriormente e o trecho apagado – veja a íntegra aqui.
Diante da repercussão, o pastor negou o teor da declaração, e atribuiu à imprensa a responsabilidade de tirar suas afirmações do contexto original e disse ser alvo de uma suposta ‘censura’.
André Valadão será investigado pelo Ministério Público Federal a pedido do senador Fabiano Contarato por promover uma verdadeira, segundo o parlamentar, “cruzada contra a população LGBT”. Além de dizer que cristãos deveriam matar pessoas LGBT+, o pastor afirmou recentemente que “Deus odeia o orgulho”, em referência velada aos LGBTs.
A retórica de perseguição religiosa não é novidade no discurso do clã Bolsonaro. Em diversos episódios durante seu governo, Jair Bolsonaro utilizou a fé evangélica como ferramenta institucional. Em agosto, o mandatário distribuiu a agentes da PRF um livro chamado “Pão Diário”, em comemoração aos 94 anos da Polícia Rodoviária Federal, que continha entre as orientações ‘ler a bíblia’.
Michelle Bolsonaro utilizou espaços públicos do governo para promover pregações abertas – e a portas fechadas – em Brasília. Recentemente, listas de presença dos ‘cultos de Michelle’ foram divulgadas via lei de acesso a informação e revelaram a participação de lobbystas e parlamentas envolvidos em escândalos de desvio de verba.
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