Fux suspende criação do juiz de garantias por tempo indeterminado

Dias Toffoli tinha suspendido a criação da nova figura jurídica em seis meses

O ministro Luiz Fux. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Apoie Siga-nos no

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luis Fux decidiu ir contra a decisão de Dias Toffoli e suspender, por tempo indeterminado, a criação da figura do juiz de garantias, que havia sido criada pela Lei Anticrime. A decisão foi tomada na noite desta quarta-feira

Na semana passada, Toffoli concedeu uma liminar para representações que questionam a criação do posto e adiou a questão em seis meses. Entre os autores das ações, estão a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação de Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e os partidos Podemos e Cidadania.

A função foi aprovada a contragosto do ministro da Justiça, Sergio Moro, como parte do pacote anticrime, que deve entrar em vigor a partir de 23 de janeiro. A medida poderia ter sido vetada por Bolsonaro, mas o presidente decidiu mantê-la no texto.

Fux está provisoriamente na presidência do STF durante o recesso dos demais ministros. Além de ter derrubado a nova figura jurídica, o ministro também resolveu suspender outros trechos da lei baseado em um pedido da Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público). Para a associação, a figura do juiz de garantias fere a autonomia dos membros do Ministério Público e dos tribunais.

Na decisão, o ministro ressaltou que a liminar “não interfere nem suspende os inquéritos e os processos em curso na presente data”. A questão poderá voltar à discussão no Plenário da Corte, após a volta de todos os ministros do Supremo.


Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

 

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.