Política

Governo anuncia nova linha bilionária de crédito em dólar para o agronegócio

A iniciativa entra em vigor na próxima segunda-feira 1

Mercadante. Imagem: Valter Campanato/ABR
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O governo anunciou uma nova linha de crédito em dólar para o agronegócio com taxa fixa de 7,59% ao ano mais variação do câmbio, para financiar a compra de máquinas, equipamentos agrícolas, silos e estruturas de armazenagem, sistemas de energia fotovoltaica e outros equipamentos utilizados pelo setor agropecuário.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a linha de crédito, estimada em um bilhão de reais, entra em vigor na próxima segunda-feira 1 durante Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), que acontece em Ribeirão Preto, de 1 a 5 de maio.

“Os exportadores da agricultura que têm recebíveis em dólar, vão poder operar essa linha para compra de máquinas, equipamentos, tratores, colhedeiras, instrumentos para irrigação, armazenagem”, detalhou Mercadante. “A única coisa que não pode é ter desmatamento ilegal, nós monitoramos as propriedades e quem desmata ilegalmente não terá acesso à linha.”

Ao participar de coletiva ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ambos destacaram os benefícios e baixos riscos da operação.

“Para aqueles que exportam agronegócio, a possibilidade de ter financiamento em dólar é muito mais barato. Tudo o que nós queremos é crédito mais barato para alavancar o crescimento, atrair investimento”, destacou Alckmin.

“Nós queremos uma agricultura de precisão, moderna e usar essa linha que tem a seguinte condição: como ele tem um recebido em dólar, vai contrair uma dívida em reais, mas indexada ao dólar, se ele perde em uma ponta, ganha na outra. Por exemplo, se o dólar desvaloriza, melhora a rentabilidade da exportação, mas encarece a dívida. Se o real se aprecia é o inverso”, complementou o presidente do BNDES.

Mercadante ainda explicou que a taxa de longo prazo (TLP) do BNDES hoje gira em torno de 19% e que há uma queda de imposto para 7,5%. “Cai de 19 para 7,5% , mas como o indexador é o câmbio e a empresa tem uma exportação em câmbio, na realidade, cai de 19% para 3% ao ano. Acho que é das coisas mais criativas que podíamos fazer nesse cenário de juros elevadíssimo”.

Ainda de acordo com o governo, os bancos parceiros do BNDES também vão poder operar com a linha de crédito, como é o caso do Branco do Brasil. O modelo também será utilizado para indústrias e serviços, e a proposta deve ser detalhada no próximo dia 25.

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