Política

Governo Bolsonaro desautoriza Maia em negociação por insumos da China

‘O Governo Federal é o único interlocutor oficial com o governo chinês’, diz texto divulgado pela Secretaria Especial de Comunicação

Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro. Fotos: Michel Jesus/Câmara dos Deputados - Marcos Corrêa/PR
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Horas depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reunir com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para tentar resolver o atraso na chegada de insumos chineses para a fabricação de vacinas contra a Covid-19, o governo de Jair Bolsonaro emitiu uma nota oficial em que desautoriza o parlamentar.

“O Governo Federal é o único interlocutor oficial com o governo chinês”, diz trecho do texto divulgado pela Secretaria Especial de Comunicação (Secom) do governo federal.

Segundo a nota, a gestão Bolsonaro “vem tratando com seriedade todas as questões referentes ao fornecimento de insumos farmacêuticos para produção de vacinas (IFA)” e “o Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada do Brasil em Pequim, tem mantido negociações com o Governo da China”.

De acordo com a Secom, nesta quarta-feira os ministros da Saúde, Eduardo Pazuello; da Agricultura, Tereza Cristina; e das Comunicações, Fabio Faria, conversaram virtualmente com o embaixador chinês. A informação foi confirmada pelo perfil da embaixada nas redes sociais.

Mais cedo, Rodrigo Maia classificou como “ótima” sua reunião com Yang Wanming.

“O Brasil tem uma relação econômica fundamental e, agora, mais do que nunca. Ele abriu a conversa relatando que de forma nenhuma haveria obstáculos políticos para a exportação de insumos da China. E, claro, a gente entende que é fundamental que a gente possa ter uma atenção especial por parte do governo chinês, não apenas dos insumos para a vacina do Instituto Butantan, mas para a vacina da Fiocruz, para que a gente possa ter um volume maior de produção”, afirmou Maia em entrevista à GloboNews.

Segundo o parlamentar, Wanming trabalha com o governo chinês para acelerar a exportação desses insumos, a fim de restabelecer a produção dos imunizantes no Brasil. Sem o Ingrediente Farmacêutico Ativo, a Fiocruz e o Butantan não conseguem produzir, respectivamente, a vacina de Oxford e a Coronavac.

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