Política

Governo Bolsonaro teria demitido ao menos 20 delegados em cargos de chefia na PF

O presidente já foi denunciado e é alvo de investigação por interferências ilegais na Polícia Federal

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Com a demissão da delegada Dominique de Castro Oliveira, exonerada do escritório da Interpol, já são pelo menos 20 os desligamentos de delegados em cargos de chefia por divergências políticas com o Planalto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo delegados ouvidos pelo jornal, esse tipo de ingerência não tem precedentes, e continuam mesmo após a abertura da investigação que apura suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. 

A delegada afastada, que atuava há 16 meses na Interpol, compartilhou uma mensagem com seus colegas após ser informada do desligamento. 

“Fiz algum comentário que contrariou. Qual foi, quando, para quem, em que contexto e ambiente, não sei”, disse Dominique. “Há uma forte sensação de revolta e de estar sendo injustiçada”, completou.

Colegas afirmaram que Dominique era crítica à gestão do delegado-geral Paulo Maiurino. Além disso, ela seria uma das responsáveis pelo envio do pedido de extradição do blogueiro Allan dos Santos aos Estados Unidos, fato que desagradou o Planalto, que tentava retardar o processo. 

A delegada agora assumirá uma função na Superintendência da PF no Distrito Federal, mesmo destino de outros chefes de departamentos afastados por interferência política. 

Em nota, a PF afirmou que “as movimentações de servidores dentro da instituição é regular e faz parte dos mecanismos de gestão administrativa, não havendo outras razões que não a de ordem técnica para melhor atender as finalidades institucionais”. Diz ainda que “eventuais substituições de cargos de chefia um processo natural que não causa qualquer tipo de prejuízo aos serviços prestados”.

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