Governo deve restringir acesso ao Minha Casa Minha Vida, diz ministro

Segundo Gustavo Canuto, projeto que vai repaginar programa habitacional deve ser apresentado em dezembro

Unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida. Foto: Acervo Caixa

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O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou que pode reduzir o acesso ao programa Minha Casa Minha Vida, na modalidade em que a família tem o imóvel subsidiado em até 90% pelo Estado.

A declaração ocorreu nesta sexta-feira 13, no 2º Fórum Incorpora, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo. O ministro deu palestra a empresários na ocasião.

Na faixa 1 do programa, famílias com renda de até 1,8 mil reais por mês podem pagar somente 10% do custo da residência, sem cobrança de juros. Segundo Canuto, o governo estuda restringir o acesso a este benefício para famílias com renda até 1,4 mil ou mesmo até 1,2 mil reais. Os consumidores que ficariam de fora podem ser beneficiados em modalidades do programa com subsídios menores.

Segundo o ministro, o programa habitacional está sob reformulação pelo governo federal desde o primeiro semestre e a nova versão deve ser apresentada em dezembro deste ano. Canuto prometeu que o programa não deixará de existir, “mas será repaginado”.

O Minha Casa Minha Vida responde por 70% do setor de construção no Brasil. No orçamento para 2020, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) prevê o menor valor da história. De 4,6 bilhões de reais em 2019, a quantia pode cair para 2,7 bilhões. De 2009 a 2018, a média orçamentária era de 11,3 bilhões ao ano.


No início do mês, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou que, com o orçamento previsto, “não dá sequer para pagar as obras em andamento, quanto mais para iniciar novas obras”.

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