Governo favorece grileiros e fecha os olhos para o faroeste amazônico

Até agosto de 2021, o Brasil registrou 103 mortes em disputas no campo, alta de 1.044% em relação ao período anterior

Foto: Raphael Alves / AFP

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Teve tiroteio e nossas crianças, mulheres e velhinhos ‘foram assustados’. Fomos atacados com armas pesadas.” O relato foi feito por Dario Kopenawa Yanomâmi poucos dias após garimpeiros atirarem em moradores da comunidade do Palimiu, em Alto Alegre, Roraima. Um vídeo registra os momentos em que crianças e mulheres correm para se proteger dos tiros, enquanto uma lancha passa em frente à aldeia no Rio Uraricoera. Foram dez dias seguidos de ataques.

A situação dramática dos yanomâmis faz parte dos dados sobre conflitos agrários recém-apresentados pela Comissão Pastoral da Terra, a indicar uma escalada­ da violência no campo sob o governo de Jair Bolsonaro. Segundo o relatório, foram registradas no País 103 mortes em consequência de conflitos por terra até agosto de 2021, aumento de 1.044% se comparado ao período anterior. Desses, 101 eram yanomâmis, incluindo 45 crianças.

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