Política
Grupo extremista solta fogos e pede liberdade para Sara Winter
Parlamentares que defendem a democracia reivindicam investigação sobre quem financia o grupo que usou símbolos supremacistas
Membros do grupo “300 pelo Brasil” pedem a soltura da líder do movimento, Sara Giromini, que se apresenta como Sara Winter, em protesto nesta segunda-feira 15. A apoiadora do presidente Jair Bolsonaro foi parar na cadeia após a Polícia Federal cumprir um mandado autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em vídeo divulgado pelo site Metrópoles, 14 pessoas erguem faixas com os escritos “#SaraLivre” e “300 do Brasil”. Segundo o veículo, o grupo também lançou fogos de artifício. Um deles segura um microfone e protesta contra a decisão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (DF), de bloquear a Esplanada dos Ministérios no domingo 14, área em que se encontrava o acampamento bolsonarista.
“O que aconteceu ontem aqui em Brasília, que eles fecharam a Esplanada dos Ministérios, no sábado, de desmobilizarem o movimento de apoio ao presidente Bolsonaro. Isso é orquestrado por via do Distrito Federal. O desgraçado do Ibaneis que está em conluio, aparelhado, usando a polícia como se fossem capangas deles”, diz o homem.
Na sequência, ele afirma que o mandado de prisão contra Sara Winter ocorreu sem que fosse dito qual o crime cometido.
Integrantes do 300 do Brasil se reúnem em frente à Polícia Federal
Cerca de 14 pessoas estiveram no local e soltaram fogos de artifício #Metrópoles https://t.co/gMgJey8hdU pic.twitter.com/KTmK9AZHid
— Metrópoles (de 🏠) (@Metropoles) June 15, 2020
No fim de semana, o governo do Distrito Federal desmantelou o acampamento onde estavam presentes os extremistas dos “300 pelo Brasil”, que faz referência bélica aos “300 de Esparta”. Conforme mostrou CartaCapital, a organização é considerada paramilitar, caráter que infringe a Constituição Federal.
Em 31 de maio, o grupo de extrema-direita encabeçado por Sara causou perplexidade por usar símbolos supremacistas em um ato em frente ao STF. No sábado 13, após o desmonte do acampamento, os extremistas simularam bombardeio ao prédio da Corte com o lançamento de fogos de artifício.
Parlamentares que defendem a democracia defenderam a abertura de investigações contra a ativista de extrema-direita. A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) escreveu que “não é tolerável que ocorram protestos que pedem o fechamento do Congresso e do STF e intervenção militar”.
Já a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) questionou se esses extremistas foram financiados por empresas, parlamentares ou membros do próprio governo federal. O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) repudiou o uso da expressão “presa política” e afirmou que a extremista “é uma criminosa”.
Sara Winter foi presa hoje pela Polícia Federal, no inquérito que investiga os atos antidemocráticos. Não é tolerável que protesto que pedem o fechamento do Congresso e do STF e intervenção militar ocorram. É inconstitucional e não cabe numa demoracia.
— Talíria Petrone (@taliriapetrone) June 15, 2020
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