Política

Haddad assume a Fazenda e promete novo arcabouço fiscal: ‘Precisamos reconstruir a casa’

‘Me sinto muito confortável em estar em equipe com Alckmin, Tebet e Esther Dweck. Éramos o Posto Ipiranga, agora somos uma rede’, disse.

O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tomou posse do cargo em cerimônia realizada nesta segunda-feira, 2, com a presença de empresários e políticos. 

Em discurso, o novo ministro afirmou que sua missão será assegurar a credibilidade da política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Haddad prometeu que um novo arcabouço fiscal será encaminhado ao Congresso ainda neste primeiro semestre de 2023. 

“Um arcabouço que abrace o financiamento do guarda-chuva de programas prioritários do governo, ao mesmo tempo que garanta a sustentabilidade da dívida pública”, explicou.

O novo ministro destacou ainda a importância da previsibilidade econômica para a retomada a confiança dos investidores, assim como a transparência com as contas públicas. 

Não estamos aqui para aventuras. Estamos aqui para assegurar que o País volte a crescer para suprir as necessidades da população em saúde, educação, no âmbito social e, ao mesmo tempo, para garantir equilíbrio e sustentabilidade fiscal”, pontuou. “Vamos trabalhar dia e noite para que o Brasil restabeleça a sua relação comercial com o mundo e garantir investimentos para o nosso País.” 

Haddad reforçou ainda que uma das prioridades do governo recém-empossado será a democratização do crédito, assim como no primeiro mandato de Lula. 

“O Brasil experimentou [a partir de 2003] um período de grande expansão do crédito, com responsabilidade. O que se viu foi uma política de ganha-ganha, para o povo e para o mercado. Sem contar o grande número de IPOs feitas naquele período – quantas empresas abriram seus capitais, entraram na bolsa?”, disse.

Quanto às mudanças no sistema tributário, Haddad afirmou buscar mais transparência e simplicidade, desonerando as famílias de baixa renda.

Para ele, o reajuste das contas públicas vai além de “arrumar a casa”. Haddad apontou a necessidade da reconstrução do sistema financeiro brasileiro, após os golpes sofridos pelas intenções eleitoreiras do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

“Foram duros golpes desferidos contra o povo eleitoralmente, que não apenas contrariam o bom senso e a recomendação técnica da própria economia, mas foram deliberadamente irresponsáveis para tentar evitar o inevitável, a derrota desse projeto autoritário”, afirmou.

Ainda segundo Haddad, o governo do ex-capitão comprometeu a austeridade fiscal do País ao ampliar indevidamente o rol beneficiários dos programas de transferência de renda,

“Com objetivo exclusivamente eleitoreiro, acabaram com filtros de seleção de beneficiários dos programas de transferência de renda, comprometendo a austeridade desses programas. Recentemente, aliás, confessaram o ato, nos pedindo a retirada de 2,5 milhões de pessoas que eles incluíram indevidamente no cadastro do Bolsa Família”, disse.

Haddad ainda agradeceu o aceite dos integrantes da Pasta e pontuou a cooperação entre os outros Ministérios.

“Me sinto muito confortável em estar em equipe com Alckmin, Tebet e Esther Dweck. Éramos o Posto Ipiranga, agora somos uma rede”, disse.

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