‘Haddad é excelente pessoa, mas péssimo gestor’, diz pré-candidato do PDT em SP

Em entrevista a CartaCapital, Elvis Cezar afirmou que o petista é o adversário mais difícil de ser enfrentado no primeiro turno, mas o mais fácil no segundo, devido a rejeição

Elvis e Ciro. Foto: Reprodução Redes Sociais

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O pré-candidato do PDT ao governo de São Paulo, Elvis Cezar, afirmou nesta sexta-feira 8 que o seu concorrente petista, o ex-prefeito Fernando Haddad, “é uma excelente pessoa” e professor, “mas um péssimo gestor”.

O ex-prefeito de Santana de Parnaíba filiou-se ao partido na última terça-feira 5 em evento que contou com a presença do presidenciável Ciro Gomes.

“Não pode um prefeito que busca a reeleição – caso de Haddad em 2016 – perder em todas as urnas. Isso mostra a incapacidade administrativa”, disse Cezar em entrevista que vai ao ar na íntegra no canal de CartaCapital no Youtube. “Tenho ótimo diálogo com o Haddad, ele é uma boa pessoa, mas é um péssimo gestor. Foi o pior prefeito na história da cidade de São Paulo”.

Um levantamento do instituto Datafolha, divulgado na quinta-feira 7, mostra que Haddad marca 29% das intenções de voto, contra 20% de Márcio França (PSB), 10% de Tarcísio de Freitas (Republicanos), 6% de Rodrigo Garcia (PSDB), 2% de Vinicius Poit (Novo), 2% de Felicio Ramuth (PSD), 1% de Abraham Weintraub (Brasil 35) e 1% de Altino Junior (PSTU). O nome de Cezar ainda não constava entre as opções.

Em um cenário sem França, o petista vai a 35% e abre larga vantagem sobre Tarcísio e Garcia, que somam 11% cada. Os demais não passam de 3% cada.

De acordo com o pedetista, a liderança de Haddad deve-se, principalmente, ao apoio do ex-presidente Lula (PT), à saída do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) da disputa, à desistência de Guilherme Boulos (PSOL) e à fragilidade do atual governo de São Paulo.


Para o pré-candidato do PDT, são esses os fatores que fazem do petista, ao menos no primeiro turno, o adversário mais difícil a ser enfrentado.

“O principal adversário hoje é a esquerda que nunca foi tão forte no estado de São Paulo”, declarou. “Mas também é o adversário mais fácil no segundo turno, pois tem maior rejeição e não tem legado na cidade de São Paulo. Teve uma péssima gestão”.

Ainda segundo o Datafolha, o ex-ministro da Educação tem a maior rejeição entre os pré-candidatos, já que 34% dos entrevistados disseram que não votariam no petista de jeito nenhum.

Na conversa, Cezar descartou fazer um pacto de não agressão com candidatos que são do seu expecto ideológico, de centro-esquerda, com vista em possível apoio no segundo turno. “Eu vou aproveitar a campanha para falar o que a população tem que ouvir”.

Ainda sem alianças com partidos que podem compor a sua chapa, o pedetista, além das impressões sobre Haddad, disse não acreditar na candidatura de França. “Márcio está desanimado, porque ele está dependendo de uma conjuntura do ex-presidente Lula. É uma candidatura que não vai vingar”, disse.

Sobre o nome apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro(PL) o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio, Cezar considera um erro a candidatura pois “é um desrespeito ao povo de São Paulo. É chamar o povo daqui de incompetente, que não tem os próprios representantes”, já que o pré-candidato do Republicanos é carioca.

Por fim, a rejeição ao ex-governador João Doria (PSDB) no estado, para o pedetista, deve inviabilizar a candidatura de Garcia (PSDB). O governo do tucano é reprovado por 36% dos eleitores paulistas.

Assista a íntegra:

 

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