Política

Henrique Eduardo Alves, aliado de Temer, é preso pela PF. Entenda

Ex-ministro e ex-presidente da Câmara é alvo de duas operações diferentes, que investigam desvios em estádio da Copa e na Caixa Econômica Federal

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Duas operações deflagradas após ordens judiciais da justiça federal no Distrito Federal e no Rio Grande do Norte levaram para a cadeia nesta terça-feira 6 o ex-deputado e ex-ministro Henrique Eduardo Alves, uma figura que por décadas foi firme aliado do presidente Michel Temer.

Filiado ao PMDB, Henrique Alves foi o antecessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados. Cunha é alvo das mesmas operações que prenderam Alves. Os dois são acusados de desviar dinheiro da Caixa Econômica Federal e na construção da Arena das Dunas, o estádio de Natal utilizado na Copa do Mundo.

Quem é Henrique Eduardo Alves?

Henrique Alves foi deputado federal por onze mandatos consecutivos, entre 1971 e 2015. Entre 2013 e 2015, foi presidente da Câmara e, entre abril de 2015 e março de 2016, foi ministro do Turismo de Dilma Rousseff. Em meio à tentativa de derrubar a petista, Alves desembarcou do governo.

Quando Temer assumiu o cargo, foi novamente alçado ao posto de ministro do Turismo. Ficou no cargo por apenas 34 dias, entre maio e junho de 2016, e deixou o governo após ser citado na delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

Quais operações prenderam Henrique Alves?

Henrique Alves foi preso na Operação Manus, que investiga desvios de dinheiro público na construção da Arena das Dunas, estádio de Natal que recebeu quatro jogos da primeira fase da Copa do Mundo de 2014. A Operação Manus foi autorizada pela Justiça Federal no Rio Grande do Norte, após pedido do Ministério Público Federal no estado.

Henrique Alves também é alvo de etapas das operações Sepsis e Cui Bono, tocadas pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal. As novas fases das operações foram autorizadas pela Justiça Federal no DF. 

Os dois braços do MPF estão trabalhando em cooperação neste caso.

Eduardo Cunha também é alvo das operações?

Sim. Sucessor de Henrique Alves na presidência da Câmara e seu colega de partido, Cunha também é alvo de mandados de prisão nas operações Manus, Sepsis e Cui Bono. Eles também teria participado dos esquemas de corrupção. Cunha não será preso pois já se encontra preso, no Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. 

O que investiga a Operação Manus?

De acordo com a Polícia Federal, a operação apurar atos de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro envolvendo a construção da Arena das Dunas. O sobrepreço identificado na construção do estádio chega a 77 milhões de reais. 

A investigação se iniciou após a análise das provas coletadas em várias das etapas da Operação Lava Jato, que apontavam solicitação e o efetivo recebimento de vantagens indevidas por Alves e Cunha, acusados de favorecer duas empreiteiras envolvidas na construção do estádio. A OAS foi a principal responsável pela obra.

Ainda segundo a PF, a partir das delações premiadas em inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal e por meio de afastamento de sigilos fiscal, bancário e telefônico dos envolvidos, foram identificados diversos valores recebidos como doação eleitoral oficial, entre os anos de 2012 e 2014, que na verdade seriam pagamento de propina.

O que as operações Sepsis e Cui Bono investigam?

As operações foram às ruas com base em informações fornecidas por executivos da Odebrecht que realizaram acordos de delação premiada. Os autos foram remetidos à primeira instância há pouco mais de um mês, por decisão de Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF.

O objetivo das investigações é apurar irregularidades cometidas pelo grupo liderado por Eduardo Cunha nas vice-presidências de Fundos e Loterias e Pessoas Jurídicas da Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo o MPF, há elementos que indicam a prática de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

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