Política

‘Indícios levam a crer que foi feita alguma maldade’, diz Bolsonaro sobre Dom e Bruno

A dupla foi vista pela última vez quando saiam da comunidade de São Gabriel, no domingo 5, rumo a cidade de Atalaia do Norte

Jair Bolsonaro na Cúpula das Américas 2022, em Los Angeles. Foto: Jim WATSON/AFP
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira 13 que que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, desaparecidos na região do Vale do Javari, na Amazônia, desde domingo 5, teriam sofrido “alguma maldade”.

“Indícios levam a crer que foi feita alguma maldade com eles”, declarou o presidente em entrevista à rádio CBN do Recife. “Já foram encontradas, boiando no rio, vísceras humanas, que já estão aqui em Brasília para fazer o DNA. Pelo prazo, pelo tempo vai ser muito difícil encontrá-los com vida”, completou ainda o ex-capitão.

Sobre o assunto, o ex-capitão preferiu direcionar críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que determinou, na sexta-feira 10, que o governo adote todas as medidas necessárias para encontrar a dupla.

“Dispensável que o senhor Barroso, dono da verdade, dar cinco dias para o presidente explicar ou achar esses dois que desapareceram”, disse. “São dezenas de pessoas que desaparecem por ano e ele se preocupa apenas com esses dois. Nós nos preocupamos com todos que desaparecem no Brasil”.

O governo Bolsonaro foi alvo de críticas nacionais e internacionais relacionada aos esforços brandos para a localização dos dois. 

O ex-capitão já havia classificado a expedição de Phillips e Pereira como uma “aventura não recomendada”.

O jornalista e o indigenista viajavam juntos de barco na região do Vale do Javari, no Amazonas, onde realizavam entrevistas e coletavam dados para a elaboração de um livro dobre o meio ambiente. 

A dupla foi vista pela última vez quando saiam da comunidade de São Gabriel, no domingo 5, rumo a cidade de Atalaia do Norte. 

Segundo lideranças indígenas, Bruno sofria diversas ameaças de madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais da região. 

Nesta segunda, a Polícia Federal negou, em nota, que os corpos de Dom e Bruno haviam sido encontrados.

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