Política

Instituto Brasil-Israel repudia discurso de deputado bolsonarista que elogiou atuação do avô em exército nazista

Entidade questionou ‘orgulho’ citado pelo parlamentar e lembrou da política genocida de Hitler na Alemanha nazista

O deputado Paulo Bilynskyj durante discurso na Câmara Foto: Reprodução
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O Instituto Brasil-Israel repudiou, nesta sexta-feira 19, o discurso do deputado federal Paulo Bilynskyj (PL) na Câmara em que o parlamentar comentou de, forma orgulhosa, a atuação de seu avô no exército nazista durante a Segunda Guerra Mundial. 

A entidade cita que o deputado estaria “se orgulhando” da participação do parente no regime que provocou um genocídio da comunidade judaica. 

No discurso, Bilynskyj usou do dia Dia Internacional da Vishyvanka, veste tradicional da Ucrânia, para exaltar a participação do avô ucraniano na luta “em uma guerra mundial para libertar a Ucrânia das garras do comunismo”. 

À época, a Ucrânia era uma das repúblicas integrantes da União Soviética. 

“Essas vestes são uma homenagem às minhas origens, ao meu avô Bohdan Bilynskyj, que chegou ao Brasil, em 30 de setembro de 1948, após lutar bravamente pela liberdade de seu país, invadido por russos comunistas”, disse.

“Meu avô Bohdan, aos 20 anos de idade, lutou em uma guerra mundial para libertar a Ucrânia das garras do comunismo. E hoje, como deputado federal, ao lado de meus irmãos, luto contra a instalação de um regime comunista no Brasil”, declarou então Bilynskyj. 

Segundo o parlamentar, seu avô teria feito parte da unidade da Waffen-SS, subdivisão da polícia nazista de Adolf Hitler, formada por voluntários ucranianos. 

Ao site Congresso em Foco, o porta-voz do Instituto, Michel Gherman, destacou que o nazismo é o “mal absoluto” e questionou se atuar ao lado da polícia nazista seria motivo de orgulho.

“Seu avô lutou ao lado dos nazistas que massacraram, no território ucraniano inclusive, a família do meu avô. Foram responsáveis, no território inclusive, pelo massacre de judeus na Operação Barbarossa, com as deportações aos campos de extermínio. É esse o motivo de seu orgulho, deputado Bilynskyj?”, afirmou Gherman.

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