O relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros, afirmou neste sábado 9, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que seu texto final terá três personagens centrais: o presidente Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e seu braço-direito, coronel Élcio Franco.
O senador chamou o presidente de “mercador da morte” e declarou já estar comprovada a participação do chefe do Executivo em crimes.
Para Renan, não há dúvidas que o presidente seja responsabilizado pela gestão da pandemia no País.
“Nós já temos a especificação de 11 crimes e vários agravantes”, afirma em entrevista. A previsão é de leitura do relatório no dia 19 de outubro.
O relator também adiantou que pretende indicar os filhos do presidente, tendo como base acusatória as mensagens relacionadas ao gabinete paralelo, a negociação de vacinas contra a Covid-19 e pela ligação com o caso Prevent Senior.
“O aprofundamento da investigação nos levou a caracterizações várias, de procedimentos criminosos, em função disso vamos usar vários tipos penais, desde crime de responsabilidade, passando pelos crimes comuns, chegando aos crimes contra a saúde pública e contra a humanidade. Mais de 40 pessoas serão indiciadas”, disse.
Quanto aos crimes apontados ao presidente, Renan citou a possibilidade de enquadrar Bolsonaro em crimes de prevaricação, crime contra a vida, charlatanismo e crimes de responsabilidade.
Ainda não é consenso do G7 enquadrar o presidente no crime de genocídio ou de homicídio comissivo, quando é cometido por omissão.
“Não pode haver a essa altura ainda um detalhamento com relação aos tipos penais que vamos utilizar, mas estamos discutindo, sim, a hipótese do homicídio como um deles”, afirmou o relator.
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