Política

Haddad recua de Constituinte, Bolsonaro fala em ‘canelada’ de Mourão

Na Globo, petista diz que reviu posicionamento e vai propor mudanças por emendas constitucionais. Candidato do PSL diz ser “escravo” da Constituição

Haddad recua de Constituinte, Bolsonaro fala em ‘canelada’ de Mourão
Haddad recua de Constituinte, Bolsonaro fala em ‘canelada’ de Mourão
Bolsonaro e Haddad deram breves entrevistas ao Jornal Nacional
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Em curta entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Fernando Haddad, candidato do PT ao Planalto, e Jair Bolsonaro, do PSL, foram questionados sobre propostas polêmicas de ambas as chapas relacionadas a uma nova Constituição.

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Haddad foi perguntado sobre a previsão de seu programa de governo de a população eleger uma Assembleia Constituinte para redigir um novo texto constitucional. “Revimos o nosso posicionamento, faremos tudo por emenda constitucional”, garantiu.

Ele defendeu a Constituição de 1988 e afirmou que mudanças como as reformas tributária e bancária e a revogação do congelamento dos gastos públicos serão feitas por meio de propostas ao Congresso. 

Haddad também foi questionado pela declaração do ex-ministro José Dirceu, que declarou recentemente em entrevista que era “questão de tempo” para o PT “tomar o poder”. “O ex-ministro não participa da minha campanha, não participará do meu governo, e eu discordo da formulação dessa frase. A democracia está sempre em primeiro lugar”, declarou o petista, que buscou se apresentar como um representante da “social-democracia”, com o objetivo de se aproximar do centro neste segundo turno. 

Bolsonaro, por sua vez, foi questionado sobre as declarações antidemocráticas de seu vice, o general Mourão. Recentemente, ele defendeu a formação de um “conselho de notáveis” não eleito para redigir uma nova Constituição, além de um “autogolpe” em uma suposta situação de “anarquia”. “Ele é o general, eu sou capitão, mas eu sou o presidente”, disse o candidato do PSL. 

“Eu não poderia ir além do que a Constituição permite. Até por falta de poderes para tal. acreditamos no voto popular, e seremos escravos da Constituição”, prometeu Bolonaro

Ele disse que seu vice “deu uma canela” nas duas declarações. “Ele rapidamente se adequará à função que é dele.” Ao falar diretamente com os eleitores, Bolsonaro fez um gesto ao Nordeste, onde perdeu para Fernando Haddad. Garantiu que não acabará com o Bolsa Família e negou aumentar o imposto de renda para quem ganha abaixo de cinco salários mínimos. Ele declarou que só não teve mais votos na região por causa de “fake news”. 

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