Política
Lira anuncia que levará ao plenário a PEC do Voto Impresso, obsessão de Bolsonaro
O presidente da Câmara disse que fará isso pela ‘tranquilidade das eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023’
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta sexta-feira 6 que levará a PEC do Voto Impresso, de autoria da deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), ao plenário da Casa, apesar de comissão especial ter rejeitado na véspera um parecer favorável à medida.
“O voto impresso está pautando o Brasil”, disse Lira na abertura de um pronunciamento na Câmara. “Infelizmente, assistimos nos últimos dias a um tensionamento, quando a corda puxada com muita força leva os Poderes para muito além dos seus limites”.
Segundo o deputado, “pela tranquilidade das próximas eleições e para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023, vamos levar a questão do voto impresso ao plenário, onde todos os parlamentares eleitos pela urna eletrônica vão decidir”.
“Para quem fala que a democracia está em risco, não há nada mais livre que deixar o plenário manifestar. Só assim teremos uma decisão inquestionável e suprema”, prosseguiu.
Na noite da última quinta-feira 5, uma comissão especial da Câmara rejeitou um parecer em defesa da impressão do voto nas eleições. Por 23 a 11, os deputados rechaçaram o texto do relator, o bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR).
Em substitutivo apresentado na quarta-feira 4, Barros defendeu a adoção de uma “contagem pública e manual dos votos impressos”. Bolsonaro tem justificado a adoção da medida com ataques infundados ao atual sistema eleitoral brasileiro.
Nesta sexta, a comissão aprovou por 22 votos a 11 um novo parecer, sob a relatoria de Raul Henry (MDB-PE), que recomenda ao plenário a rejeição da PEC.
“A população brasileira, depois de 25 anos da utilização da urna eletrônica, reconhece e testemunha a conquista que ela representa”, justificou o deputado. “Diferentemente do período em que o voto era em papel, não há nenhuma confirmação de uma única fraude nesse período”.
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