O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou ter errado ao atacar diretamente o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, após identificar o que considera uma série de erros de articulação do governo federal no Congresso.
Em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo, exibida na noite desta terça-feira 23, Lira reconheceu que se excedeu ao classificar o ministro como ‘incompetente’ e ‘desafeto pessoal’. As críticas ao trabalho do ministro, reforçou, se mantém.
“Tenho erros e acertos, não tenho problema de reconhecer o erro quando o faço”, disse Lira ao ser questionado sobre os ataques ao ministro.
“[Mas eu] Já vinha apontando reservadamente ao governo, e ele sabe disso, que há alguns meses não funciona a articulação do governo. Se prestar a atenção, há um esforço muito grande da presidência da Casa, do líder do governo na Câmara, de convergir as matérias para que cheguem muito maduras ao plenário da Câmara”, insistiu, então, nas críticas à atuação de Padilha.
A Bial, Lira evitou dar detalhes sobre o que levou a tensão com o ministro ao ápice, com as ofensas públicas. Ele negou, porém, que a votação sobre a prisão de Chiquinho Brazão tenha sido o estopim da crise.
“Isso é uma inverdade. A gente vive esse momento de notícias rápidas, no tempo da internet. Não há um deputado na Câmara dos Deputados, e eu converso com todos eles, que diga que eu influenciei no voto, que pedi voto. Ali não estávamos a discutir se matou ou se não matou, se é traficante ou miliciano. A discussão era se havia requisitos para a prisão de um parlamentar”, afirmou o deputado.
O presidente da Câmara disse que pretende tratar a relação com Padilha daqui em diante com mais cautela e insiste, sem detalhes, que o ministro fez várias coisas que o desagradaram.
“[O Padilha] Fez várias [coisas que me desagradaram]. Mas vamos tratar isso com muito cuidado, muita cautela”, se limitou a dizer no programa.
Padilha, vale dizer, não voltou a tratar dos ataques direcionados a ele após dizer que ‘não guarda rancor’ e que ‘não desceria ao nível’ das ofensas do parlamentar. As declarações foram dadas no dia seguinte ao episódio de tensão. Segundo o ministro, a divergência estaria superada.
Por fim, Lira disse ainda que não usará CPIs para pressionar o governo, nem que pretende fazer tramitar apenas ‘pautas-bomba’ na Câmara.
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