Política
Lula ataca Eduardo Bolsonaro por indicação a embaixada: “Um serviçal”
‘Se fosse um gênio, tudo bem. Mas porque o cara aprendeu a assar hambúrguer?’, questionou o ex-presidente, em entrevista a CartaCapital
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2019/09/Lula-entrevista-CartaCapital-Foto-Ricardo-Stuckert.jpg)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada em Washington e chamou o parlamentar de “serviçal”. A declaração ocorreu em entrevista a CartaCapital, na quarta-feira 4, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde está preso desde 7 de abril de 2018.
O petista afirmou que o Senado será culpado pela nomeação do filho do presidente da República à embaixada brasileira nos Estados Unidos.
“O povo tem que ir para a rua exigir respeito. Eu não sou contra esse negócio de que o Bolsonaro quer indicar o filho dele. Quem tem culpa é o Senado. É o Senado que vai assumir a responsabilidade. Se o filho dele fosse um gênio, pelo menos um Celso Amorim, tudo bem. Mas por que o cara aprendeu a assar hambúrguer?”, disse o ex-presidente.
Na sequência, Lula afirmou que o cargo de embaixador precisa ser ocupado com alguém com “finesse intelectual de diplomacia” e conhecimentos avançados em política externa.
“Não é possível. Precisamos de alguém com um pouco mais de finesse intelectual de diplomacia, de conhecimento de política externa, economia e comércio exterior para colocar lá. Afinal de contas, a embaixada americana é a mais importante. Quanto mais independente for o embaixador, melhor para nós. Mas colocar um serviçal?”, criticou.
Em três pesquisas de opinião divulgadas recentemente, Eduardo Bolsonaro aparece com alta rejeição como postulante ao cargo. Na segunda-feira 2, o instituto Datafolha divulgou que 70% dos brasileiros reprovam a nomeação. Já a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em parceria com o instituto MDA, noticiou, em 26 de agosto, que a rejeição alcança 72% dos entrevistados. Já a XP Investimentos, em 9 de agosto, informou que a reprovação chega à marca de 62%.
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