Lula critica bombardeios israelenses contra Gaza e Conib lança nota de repúdio

O presidente afirmou que 'a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi a do Hamas'. Para a Confederação, a declaração é 'perigosa'

Registro de bombardeio israelense contra a Faixa de Gaza, em 13 de novembro de 2023. Foto: Fadel Senna/AFP

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A Confederação Israelita do Brasil emitiu um comunicado nesta segunda-feira 13 para criticar uma declaração do presidente Lula (PT) sobre os bombardeios lançados pelo Exército de Israel contra a Faixa de Gaza.

Segundo a Conib, as afirmações “equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas são equivocadas e perigosas”.

Durante uma cerimônia em Brasília, Lula comentou a saída de um grupo de brasileiros de Gaza, após semanas de agonia. Ele também lamentou as mortes de mulheres e de crianças no enclave palestino.

Leia o trecho do discurso de Lula contestado pela Conib:

“Nessa guerra, depois do ato provocado, e eu digo um rastro de terrorismo do Hamas que provocou um ato, as consequências, a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi a do Hamas. Porque eles estão matando inocentes sem nenhum critério. Joga bomba onde tem crianças, tem hospital, a pretexto de que um terrorista está lá. Não tem explicação. Primeiro, vamos salvar as crianças, as mulheres, aí depois faz a briga com quem quiser fazer. Então, eu acho que a gente deve agradecer ao trabalho extraordinário que o Itamaraty fez”.

A Conib ainda argumenta que Israel “vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques”.


O governo do Hamas anunciou nesta segunda 13 que 11.240 palestinos morreram em bombardeios lançados por Israel contra a Faixa de Gaza desde o início da guerra.

Do total de vítimas, há 4.630 crianças e 3.130 mulheres, além de 29.000 feridos, de acordo com o novo balanço.

Na última sexta-feira, o governo de Israel reduziu de 1.400 para 1.200 o número de mortos no ataque do Hamas ao seu território, em 7 de outubro.

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