Política

Governo Lula levou a política do Brasil para a República Velha, diz FHC

Ex-presidente diz que práticas políticas brasileiras “são erradas e deformadas” e que não há mais coalizão no País, apenas governo e oposição

FHC diz que práticas políticas brasileiras “são erradas e deformadas”
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou nesta segunda-feira 27 que as práticas políticas brasileiras “são erradas e deformadas” e que houve uma regressão para a República Velha no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Hoje temos governo e oposição. Os partidos perderam espaço e não existe mais o que se chamava de presidencialismo de coalisão”, afirmou FHC durante um evento na Fundação Escola de Sociologia de São Paulo.

Segundo ele, atualmente existem apenas dois lados: governo e a oposição. “O governo busca com seus recursos políticos e de outra natureza influenciar a opinião. Não é um bom sistema.”

O tucano respondia a um comentário recente do advogado constitucionalista Luís Roberto Barroso, indicado a uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), de que o Supremo condenou no “mensalão” uma forma de fazer política tanto de Lula quanto de FHC.

O ex-presidente afirmou que o julgamento do “mensalão” não foi político, embora tivesse elementos desta natureza. “Ele foi feito com base em fatos e análises de leis. Dentro de um clima político, mas sempre é assim. Quando um juiz analisa a questão do aborto, é um julgamento com aspectos políticos, mas ele também tem fundamentação jurídica e moral.”

Disputa presidencial

O líder tucano afirmou que não participará das caravanas do senador Aécio Neves pelo Brasil. O ex-governador de Minas Gerais assumiu na última semana o comando do PSDB e quer se tornar mais conhecido para disputar a Presidência da República em 2014. “Meu papel não é ser agitador político. Tem gente que gosta, o Lula gosta. É da alma dele, não é da minha. Cada um tem seu estilo.”

Desde que assumiu a presidência do PSDB, Aécio tem defendido a valorização do governo FHC em sua campanha política, o que não aconteceu nas disputas presidenciais de 2006 e 2010. “O meu legado tem que ser resgatado pela história, não pela campanha”, rebateu FHC.

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