Lula pede bancada forte no Congresso para ‘desonerar o salário e onerar os mais ricos’

O candidato do PT à Presidência afirmou ser necessário promover 'uma nova política tributária' no País

Foto: Reprodução

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O ex-presidente Lula, candidato do PT ao Palácio do Planalto, defendeu nesta segunda-feira 5 a eleição de uma numerosa bancada progressista para a Câmara dos Deputados e o Senado, a fim de emplacar pautas econômicas, como uma nova política tributária.

Lula se reuniu com trabalhadores, pesquisadores e entidades que atuam em defesa do Sistema Único de Assistência Social, o Suas, em São Paulo (SP).

“É importante dizer que vamos ter de eleger muitos deputados e senadores, porque precisamos fazer uma nova política tributária. A gente tem de desonerar o salário para poder onerar as pessoas mais ricas deste País. Lucros e dividendos têm de pagar Imposto de Renda”, afirmou o petista em seu discurso.

Segundo ele, “não é possível que a gente não consiga fazer uma política tributária que garanta ao Estado arrecadar o suficiente para cuidar do seu povo”. Lula voltou a afirmar que é papel do Estado “atender sobretudo as pessoas mais necessitadas” e pediu que seus eleitores tenham “clareza da importância do Congresso Nacional nestas eleições”.

“Se vocês votarem nas pessoas que acreditam e que fazem o orçamento secreto, nesse orçamento secreto não vai sobrar dinheiro para cuidar do Suas e para dar força para que as políticas sociais possam acontecer neste País.”

Ao se referir a seu principal adversário na eleição, classificou Jair Bolsonaro (PL) como “um cidadão que não derramou uma única lágrima por 682 mil brasileiros que morreram [de Covid-19]” e “alguém que brincou e zombou da morte”. Essa postura, prosseguiu o ex-presidente, “tem de valer para que a gente convença a sociedade de que isso não pode continuar”.


Lula também ironizou a compra de imóveis em dinheiro vivo por Bolsonaro e alguns de seus parentes. No fim de agosto, uma reportagem do UOL revelou que metade dos imóveis do presidente e de seus familiares foi adquirida em espécie. Ao todo, giraram pelas mãos do clã desde 1990 mais de 25 milhões de reais – considerada a inflação no período –  usados para comprar terrenos e casas.

“Eu não sei o que é, o que sei é que tem algo podre no ar. E é importante que essas coisas sejam investigadas”, prosseguiu o petista. “Quem não deve não teme. Não é com salário de deputado que alguém compra isso. É por isso que essa gente, em vez de dizer que é honesta, tem de se explicar para a sociedade.”

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