Lula quer evitar desgaste com o Congresso e prega cautela antes de subir em palanques

'A eleição termina, a vida continua e vou precisar ter relação com o Congresso', afirmou o presidente em Teresina (PI)

O presidente Lula em evento em Fortaleza (CE), em 20 de junho de 2024. Foto: JL Rosa/AFP

Apoie Siga-nos no

O presidente Lula (PT) afirmou, nesta sexta-feira 21, ser necessário ter cautela sobre o apoio a candidatos nas eleições municipais deste ano. Segundo ele, é preciso ponderar se subir em um palanque poderá prejudicar o diálogo do governo com o Congresso Nacional. 

“Muito cuidado, sem esquecer que a eleição termina, a vida continua e vou precisar ter relação com o Congresso”, afirmou, em entrevista à Rádio Meio, em Teresina (PI). 

Por outro lado, mencionou diretamente seu apoio a Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo; a Eduardo Paes (PSD), no Rio de Janeiro; e a João Campos (PSB), no Recife (PE). Também exaltou a “candidatura competitiva” de Maria do Rosário (PT) em Porto Alegre (RS).

“Onde eu não tiver candidato, vou apoiar o candidato aliado. O que não quero é que os adversários ganhem, porque os adversários são negacionistas, não gostam da verdade, não gostam de coisa certa.”

Sobre as dificuldades na interlocução com o Legislativo, Lula declarou que “nem sempre o que sai na imprensa reflete a realidade da relação” e disse não ter ter sido derrotado em qualquer votação importante. “No frigir dos ovos, sempre acaba tendo um acordo e acontecendo aquilo que a gente quer.”

Questionado a respeito de uma possível reforma ministerial, Lula disse estar satisfeito com a atual composição da Esplanada. “Não vejo nenhuma necessidade de uma reforma”, avaliou. “Estamos na época da colheita e vamos precisar muito mais de gente de dentro do que de gente de fora.”


Por fim, diante de pesquisas de opinião que apontam a dificuldade de a aprovação ao governo decolar, Lula declarou que os eleitores estão ansiosos por resultados. Ponderou, contudo, demorar “para as pessoas compreenderem também que alguns projetos tomam mais tempo”.

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.