Marcos do Val retoma o mandato e pede que o Senado ‘não fique de joelhos’

O senador é alvo de inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura suposta tentativa de golpe

O senador Marcos do Val. Foto: Agência Senado

Apoie Siga-nos no

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) retornou ao cargo após um período de licença. Em discurso nesta quinta-feira 2, ele criticou a operação da Polícia Federal da qual foi alvo no mês passado e pediu solidariedade.

Dirigindo-se ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Do Val pediu que o Senado “não fique de joelhos”.

“Pacheco está ajudando bastante, quero agradecer a ele, ele tem sido um cara muito especial, mas eu precisaria que os senadores pudessem se colocar no meu lugar, porque, se a gente deixar isso acontecer, amanhã será com mais um, com mais outro, com mais outro, com mais outro, e aí o Senado fica de joelhos”, alegou. 

O parlamentar é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal que apura seu envolvimento em suposta articulação golpista, com participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira. 

No discurso, Do Val afirmou não se arrepender da suposta tentativa de interferir na democracia do País. 

“Não foi por corrupção, não foi por lavagem de dinheiro, não foi por crime organizado, não foi por fake news. Foi por denunciar uma possível organização da queda da democracia. E eu fui defender a democracia. Alguns me perguntam: ‘você se arrependeu?’ Não. Farei milhões de vezes, se for necessário, para defender a nossa democracia”, prosseguiu. 


Sobre a sua saída da CPMI do 8 de Janeiro, o senador agradeceu pela “luta” de seus colegas alinhados à oposição. 

“A minha saúde, a minha família e a minha honra ainda estão padecendo disso, mas só me afastei depois de assegurar que o meu posto, na luta pela verdade e pela justiça, a respeito do dia 8 de janeiro, não seria deixado descoberto. Contei com a preciosa colaboração dos meus colegas senadores Marcos Rogério, Eduardo Girão, Esperidião Amin, dentre outros, que ecoaram a minha voz na CPMI.”

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.