Política

Maria da Conceição Tavares batiza nova ocupação do MTST em Porto Alegre

O movimento reivindica uma solução emergencial para as vítimas das enchentes que, devido à volta das aulas, estariam sendo removidas dos alojamentos montados em escolas

Prédio ocupado pelo MTST no centro de Porto Alegre - Reprodução/redes sociais/Érika Hilton
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Desde o último sábado 8, militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto ocupam um prédio público localizado no centro de Porto Alegre em defesa das famílias desabrigadas por contas dos temporais que castigaram o Rio Grande do Sul no mês passado.

A ocupação recebeu o nome da economista Maria da Conceição Tavares, que faleceu aos 94 anos no mesmo dia. O movimento reivindica uma solução emergencial para as vítimas das enchentes que, devido ao retorno das aulas, estariam sendo removidas dos alojamentos montados em escolas.

O protesto também mira a proposta da prefeitura de criar ‘cidades temporárias’ com estruturas semelhantes a barracas em espaços da capital gaúcha para abrigar as famílias desabrigadas. Foram cerca de 160 mil pessoas afetadas na cidade, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade.

A avaliação do MTST é que a iniciativa viola uma série de direitos básicos da população, reduzindo o acesso ao transporte público, equipamentos de saúde, assistência social e educação. Outro problema seria o alto risco sanitário em reunir um grande número de pessoas durante o inverno gaúcho, quando a proliferação de doenças respiratórias aumenta.

Como solução, o movimento sugere a adaptação de imóveis antigos da cidade. O prédio ocupado pelo MTST foi, durante anos, a sede do Instituto Nacional de Seguridade Social na capital gaúcha. O prefeito Sebastião Melo tenta revitalizar o edifício e transformá-lo em moradias populares no bojo do Minha Casa, Minha Vida, mas aguarda o aval do Ministério da Previdência.

“Ocupamos para mostrar que a adaptação desses imóveis para moradia popular é possível. Queremos juntos construir um futuro digno e com garantia de direitos para toda a sociedade gaúcha”, disse a coordenadora nacional do MTST Cláudia Ávila.

Nas redes sociais, a deputada federal Érika Hilton (Psol-SP) também criticou a criação das ‘cidades temporárias’ e disse não ver sentido na iniciativa, uma vez que “imóveis continuam abandonados ou sem cumprir sua função social” na capital gaúcha.

“Não faz sentido colocar essa população que precisa de um teto em estruturas efêmeras, longe dos serviços públicos, que podem desenvolver novos problemas sociais e ambientais e até mesmo se tornarem novas favelas”, sustentou.

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