Marina Silva: “Estamos diante de um governo esdrúxulo”

Ex-ministros do Meio Ambiente se unem contra o atual governo

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A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata à Presidência da República, Marina Silva (Rede), analisou o governo Bolsonaro como “esdrúxulo” e um “retrocesso para o País”. “O que está acontecendo um é desmonte. Pegar a educação e meio ambiente para colocar sua ideologia em prática é desmontar e transformar o nosso país em exterminador do futuro”, avaliou a ambientalista.

Marina participou de um encontro inédito no Brasil. É a primeira vez que ex-ministros do Meio Ambiente pós-redemocratização se unem contra a atual gestão da pasta. Todos estiveram juntos, nesta quarta-feira 8, no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) para elencar próximas medidas contra cortes na área, anunciada pelo governo.

Fazem parte do grupo Rubens Ricupero (Itamar Franco), Gustavo Krause, José Carlos Carvalho e José Sarney Filho (Fernando Henrique Cardoso), Marina Silva e Carlos Minc (Lula), Izabella Teixeira (Dilma Rousseff) e Edson Duarte (Michel Temer).

Os ex-integrantes do ministério tinham um acordo não assinado de que não fariam críticas ao atual gestor do meio ambiente, mas, no cenário atual, essa regra foi posta de lado. “Estamos presenciando uma extensão do Ministério da Agricultura. É isso que se tornou o Ministério do Meio Ambiente”, disse Sarney Filho.

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O grupo, ainda sem nome definido, pretende entrar com ações no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Ministério Público para barrar ações do atual ministro Ricardo Salles frente à pasta.


“Aqui temos uma democracia que está querendo retroceder, não só no meio ambiente, não só na educação, mas na democracia. Esse é um momento do no sense, porque as consequências serão dramáticas para a sociedade e economia”, conclui Marina.

O primeiro ministro a compor a pasta foi Rubens Ricupero, no governo de Itamar Franco. Para ele, está acontecendo um esforço para a destruição do que foi construído pela pasta até o momento. “Nós assistimos com tristeza a esse momento do Brasil. Nunca pensamos que pudemos testemunhar um esforço tão grande para destruição do meio ambiente”, afirmou.

O ex-ministro Edson Duarte, do governo Temer, foi quem entregou a pasta para Ricardo Salles. Segundo ele, o governo deixou o país pronto para acordos ambientais importantes, o que não está acontecendo. “A área ambiental é a grande saída deste país. Infelizmente estamos vivenciando um desmonte dessa área”, concluiu.

O grupo pretende, também, fazer denúncias internacionais sobre o que classificam como desmonte no meio ambiente, e afirmaram que o que está acontecendo é uma afronta à Constituição.

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