Política
Ministério Público mira Aécio e reabre ação sobre aeroporto de Cláudio
Para o procurador Eduardo Nepomuceno, nova interceptação telefônica aponta uso indevido do bem público em benefício particular do senador
Aécio Neves teve pouco tempo para comemorar o pedido de arquivamento feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de um inquérito que investigava o pagamento de propina ao tucano no esquema de Furnas. Poucas horas depois, o Ministério Público de Minas Gerais anunciou a reabertura da investigação sobre irregularidades no uso do aeroporto de Cláudio, no interior do estado.
O inquérito, aberto em 2009 e arquivado em 2015 por falta de provas, investigava um suposto superfaturamento na construção do aeroporto público, que fica em uma região na qual a família Neves possui uma fazenda. Uma nova conversa telefônica, travada entre Frederico Pacheco, primo de Aécio, e um interlocutor não identificado, levou o promotor Eduardo Nepomuceno a solicitar a reabertura da investigação.
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No diálogo, o interlocutor pergunta a Pacheco se alguém poderia abrir o portão do aeroporto, dando a entender que o bem público na verdade seria usado para atender aos interesses particulares do senador e família. “Se o Duda tá descendo no avião, alguém vai abrir o portão para ele ou não?” Pacheco responde: “Sim, já deve ter aberto”.
O interlocutor prossegue: “E quem é essa benção de pessoa?”. O primo do senador responde: “Deve ser o segurança do Aécio”.
Em entrevista ao jornal O Tempo, o advogado Alberto Toron, advogado do tucano, que desistiu de tentar a reeleição ao Senado e concorre a uma vaga de deputado federal, classificou de “despropositada e indevida” a reabertura do inquérito. Toron disse que a defesa vai questionar no Conselho Nacional do Ministério Público as “arbitrariedades” de Nepomuceno.
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