MP diz que Flávio Bolsonaro ‘lavou’ R$ 638 mil em compra de imóveis

Segundo os procuradores da investigação, o pagamento em dinheiro vivo tinha como objetivo lavar dinheiro de 'rachadinha'

(Foto: Mateus Bonomi / AGIF).

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O Ministério Público do Rio de Janeiro está investigando o senador Flávio Bolsonaro (sem partido -RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsnaro. Segundo os procuradores que analisam o caso, eles encontraram indícios de que o senador e sua esposa, Fernanda, pagaram em dinheiro vivo de forma ilegal R$ 638,4 mil na compra de dois imóveis em Copacabana, zona sul do RJ.

Esse imóvel seria utilizado por Flávio para lavar o dinheiro que o senador conseguia com as “rachadinhas” feitas em seu gabinete na Alerj, onde era deputado estadual. Essa prática consiste em coagir servidores a devolver parte do salário para os parlamentares. O senador vendeu os imóveis pouco mais de um ano depois, tendo declarado um lucro de R$ 813 mil. Pelas contas do Ministério Público, o rendimento real foi de R$ 176,6 mil.

O caso começou há dois anos com investigações contra Fabrício Queiroz, policial militar aposentado que era assessor de Flávio e cujas movimentações financeiras atípicas estenderam as suspeitas ao filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

Agentes do Ministério Público cumpriram 24 mandados de busca e apreensão ligados à apuração sobre a prática de “rachadinha” nesta quarta-feira. Entre os endereços estavam 9 parentes do presidente Jair Bolsonaro, incluindo sua ex-esposa, Ana Cristina Siqueira Valle. Estão sendo investigados crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

O total recebido pelos nove integrantes da família que tiveram o sigílo quebrado é de R$ 4,8 milhões. Desse montante, 83% foi sacado em espécie. Ou seja, pouco mais de R$ 4 milhões.


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