Política

MST pressiona e ocupa fazendas de Blairo Maggi e Ricardo Teixeira

Entidade pede a saída de Michel Temer e a convocação de eleições diretas. Propriedade do coronel João Baptista Lima, amigo do presidente, também foi ocupada

MST afirma que 350 famílias ocuparam a fazenda Santa Rosa, atribuída a Ricardo Teixeira
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Com o lema “corruptos, devolvam nossas terras!”, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) anunciou na manhã da terça-feira 25 uma série de ocupações em propriedades rurais ligadas a personalidades e políticos implicados em investigações de corrupção.

A ação atinge pessoas próximas ao presidente Michel Temer, como o coronel João Baptista Lima, e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. Os trabalhadores sem terra também ocuparam uma fazenda pertencente a Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e a Base de Alcântara, no Maranhão.

“Os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros”, justificou o MST, em nota oficial.

Um dos maiores movimentos ocorre na fazenda do coronel João Baptista Lima, em Duartina (SP). Lima, a quem o MST classifica como “laranja” de Temer. Lima coordenou todas as campanhas de Michel Temer ao Congresso desde 1986 e é investigado pela Polícia Federal em inquéritos envolvendo o presidente.

Segundo o movimento, ao menos 800 famílias ocupam a propriedade de cerca de 1900 hectares no interior de São Paulo. A assessoria de Michel Temer nega que ele possua propriedades rurais. Em maio de 2016, três dias antes de Temer assumir, o MST ocupou a mesma fazenda em Duartina para protestar contra o peemedebista.

“O MST também se posiciona pelo afastamento imediato de Michel Temer da Presidência, primeiro presidente na história acusado formalmente de corrupção pela Procuradoria-Geral da República (PGR), bem como a convocação de eleições diretas para a escolha do próximo a ocupar a cadeira tirada de Dilma”, diz a entidade.  

Em Rondonópolis (MT), o MST ocupou a fazenda do ministro Blairo Maggi, figura historicamente ligada aos interesses do agronegócio e chamado de “Rei da Soja” pelos sem-terra.

“É nítida a relação das grandes empresas do agronegócio com os esquemas de propinas, compra de parlamentares, lavagens de dinheiro e até envolvimento com o tráfico de drogas”, declarou o movimento, em alusão ao caso do avião com cocaína interceptado pela FAB em Jussara (GO) em 25 de junho. Inicialmente, a FAB declarou que o avião teria decolado de uma fazenda pertencente ao grupo Amaggi, do ministro da Agricultura, mas desmentiu a informação um dia depois

Outras 300 famílias ocupam propriedade rural do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira em Piraí (RJ). A ocupação da propriedade de Teixeira ocorre em meio à ordem de prisão decretada pela Justiça espanhola contra o cartola. Na sexta-feira 21, a Procuradoria-Geral da República recebeu três documentos a pedir a detenção do ex-presidente da CBF. Ele é acusado de ser o principal articulador de um esquema de desvio de dinheiro de jogos da Seleção Brasileira. 

O MST também anunciou manifestações no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí.

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