O partido Novo apresentou na sexta-feira 16, uma notícia-crime na Procuradoria Geral da República contra o presidente Lula (PT) pelo anúncio de doações do governo para a Agência das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados da Palestina — o valor do aporte ainda não foi definido.
Isto porque, a organização foi denunciada pelo governo de Israel e é investigada por suposta colaboração com o Hamas nos ataques a Israel de 7 de outubro de 2023.
“Ao agir dessa forma, o excelentíssimo presidente da República, salvo melhor juízo, incorreu na prática de crime de terrorismo”, denuncia a ação. “Por oferecer, solicitar e investir para a obtenção de recurso financeiro com a finalidade de financiar a entidade que teve como atividade secundária, mesmo em caráter eventual, a condição de partícipe na prática dos crimes de terrorismo praticados pelo grupo terrorista Hamas”.
Após a denúncia, em janeiro, mais de 10 países interromperam o envio de doações à agência. Na época, a organização informou que rescindiu os contratos com os supostos envolvidos – 12 dos 13 mil funcionários em Gaza – e abriu investigação.
Em discurso no Egito, na última quinta-feira 15, Lula anunciou ajuda financeira e estimulou todos os países a manter e reforçar suas contribuições.
“No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar ajuda humanitária à agência da ONU para os refugiados palestinos. As recentes denúncias contra funcionários da agência precisam ser devidamente investigadas, mas não podem paralisá-la”, disse o presidente.
Segundo a agência, até o final do ano passado cerca de 1,4 milhão de palestinos deslocadas internamente estavam abrigados em 155 de suas instalações em todas as cinco províncias da Faixa de Gaza.
Durante sua passagem pelo continente africano, o presidente reforçou suas críticas às ações israelenses e comparou a resposta de Israel na Faixa de Gaza à ação de Hitler contra judeus.
Sobre a menção ao auxílio à organização, Lula questionou: “Quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai retribuir a vida de 30 mil pessoas que já morreram? 170 mil que estão feridos. Quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber porque estavam morrendo? Isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do planeta?”.
Leia a ação na íntegra:
(Com informações da Agência Brasil)
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