Política
O futuro de Sergio Moro no União Brasil, segundo dirigente
O partido vive uma divisão interna sobre apoiar ou não o governo do petista
![](https://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2022/02/Sem-Título-27-1.jpg)
O presidente do União Brasil do Rio de Janeiro, Waguinho, que também é prefeito de Belford Roxo, não aposta que o senador eleito Sergio Moro terá vida longa no partido.
Isso porque a sigla deve compor a base de sustentação do presidente Lula (PT) após ganhar dois ministérios: o das Comunicações com Juscelino Filho (União-MA) e o do Turismo com Daniela, que é esposa de Waguinho. Um terceiro nome, o de Waldez Góes, que comandará a pasta da Integração e Desenvolvimento Regional, deve se filiar à sigla em breve.
“Moro está fora da trincheira do União Brasil“, disse Waguinho a CartaCapital no domingo 1º durante a posse de Lula. Ele foi peça crucial na campanha do petista em uma região dominada pelo bolsonarismo.
Nesta segunda-feira 2, o ex-juiz usou as redes sociais para alfinetar o presidente empossado. “Não quero atrapalhar a festa, mas, em algum momento, vocês ouviram Lula falar em combater a corrupção nos seus discursos de ontem?”, questionou o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Não quero atrapalhar a festa, mas, em algum momento, vocês ouviram Lula falar em combater a corrupção nos seus discursos de ontem?
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 2, 2023
O União Brasil, como mostrou CartaCapital, vive uma divisão interna sobre apoiar ou não o governo do petista. Na semana passada, o líder da sigla na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), indicaram que a legenda terá uma posição de independência.
A divergência ocorre após o senador Davi Alcolumbre (AP) protagonizar a negociação que resultou nos indicados da sigla ao governo.
Bivar chegou a declarar que os integrantes do partido que vão fazer parte do novo governo foram uma “escolha pessoal” de Lula.
À reportagem, Waguinho disse que a resistência de alguns partidários em aderir à gestão do petista “será superada”. “Grande parte está afinada com o Lula”, afirmou. “E a outra parte também vai estar”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.