Política
“O Lula não é o Lula. O Lula é uma ideia”, diz Lula no Rio
Em discurso no Rio de Janeiro, o ex-presidente afirma que voltará a ocupar a Presidência da República


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira 3, em evento no Rio de Janeiro, que seu nome hoje representa uma “ideia” e que voltará a ser presidente da República.
“O Lula não é o Lula. O Lula é uma ideia. O Lula é uma ideia assumida por milhões de pessoas. E eles não sabem que o Lula já renasceu em milhões de mulheres e homens”, afirmou o petista em palanque montado em frente à sede da Petrobras durante protesto contra a privatização de estatais, organizado por centrais sindicais.
Em discurso de cerca de 30 minutos, o ex-presidente fez críticas ao governo Michel Temer, à imprensa, à Polícia Federal e ao juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. “Eu já provei a minha inocência. Eu quero que eles provem uma culpa minha”, disse Lula, condenado por Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá.
Leia também:
Lula: “Quem acha que é o fim do Lula vai quebrar a cara”
Lula afirmou que o objetivo do processo contra ele é evitar sua candidatura em 2018. “Eu estou tranquilo. Quem deve estar preocupado são eles, porque eles falam mal de mim de manhã, na hora do almoço, à noite, de sábado, de domingo e de feriado. E quando eles fazem uma pesquisa, quem está na frente é o Lula”, continuou.
Pesquisa Datafolha divulgada no domingo 1º aponta o petista na liderança da disputa presidencial de 2018, com ao menos 35% das intenções de voto em dois cenários para o primeiro turno.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) e a ex-senadora Marina Silva (Rede) aparecem tecnicamente empatados no segundo lugar, com ao menos 16% e 13% das intenções de voto, respectivamente. O levantamento do Datafolha aponta, ainda, que Lula venceria o segundo turno contra qualquer candidato.
“Não adianta perseguir o Lula, porque atrás deste Lula que está aqui tem meus filhos, meus netos e milhões de homens e mulheres que querem liberdade, que querem cidadania, que querem emprego, que querem salário, que querem universidade, que querem cultura”, afirmou.
Lula encerrou seu discurso dizendo que, apesar de se sentir vítima de ataques orquestrados, não alimenta “ódio” e continuará sendo o “Lulinha Paz e Amor”. E concluiu: “Eu, companheiros, estou aqui na frente de vocês para dizer: se preparem. Se preparem porque o povo trabalhador vai voltar a governar este País.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.