Política
O que Lula faz com a Tebet é fascismo, diz Ciro ao criticar aproximação do petista com o MDB
O candidato à presidência também criticou o adversário pelo rompimento da aliança entre PT e PDT no Ceará
O candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, acusou o ex-presidente Lula (PT) de não ter comportamento democrático na disputa pelo Palácio do Planalto. Para o pedetista, o seu adversário busca destruir “as organizações democráticas” que não se aliam ao PT.
As declarações de Ciro foram dadas na quarta-feira 20, em coletiva de imprensa, logo após o PDT homologar, por unanimidade, a sua candidatura durante convenção nacional do partido em Brasília.
Como exemplos, o candidato citou as conversas que Lula mantém com integrantes do MDB e o rompimento do PT com o PDT no Ceará, anunciado na segunda-feira 19.
“Tem me chocado a absoluta falta de comportamento democrático do Lula ao tentar destruir as organizações partidárias”, disse Ciro na sede nacional do PDT. “O que o Lula está fazendo com a Simone Tebet é fascismo. Aliciar uma banda de ladrões do MDB para tirar o direito da senadora ser candidata é puro fascismo”, acrescentou.
De acordo com o pedetista, no Ceará, a quebra da aliança entre os partidos, que já durava 16 anos, tem a participação do ex-presidente. No estado, o PT defendia a reeleição da atual governadora, Izolda Cela (PDT), mas os pedetistas optaram pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio.
Na avaliação do PT, a escolha foi “insensatez política”. Já para o PDT, o que houve foi uma “tentativa de ingerência indevida”.
Em resposta a CartaCapital, Ciro afirmou que ainda não foi comunicado oficialmente do rompimento pelos petistas e que tem a intenção de manter a aliança. No entanto, mais cedo, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) confirmou que “a decisão feriu de morte a aliança”, pois “foi longe demais, o cristal quebrou”.
“O que está acontecendo é o seguinte: o Lula resolveu desconsiderar toda e qualquer ética e escrúpulo para destruir todos os partidos”, declarou Ciro. “Ele chamou o Rodrigo Neves [pré-candidato do PDT ao governo do Rio], o meu irmão [senador] Cid Gomes, o Weverton [Rocha, pré-candidato ao governo do Maranhão], o Carlos Eduardo [pré-candidato ao governo] do Rio Grande do Norte e tentou operar no Ceará também”.
Na avaliação do pedetista, Lula tenta “invadir a autonomia do PDT para escolher o candidato”.
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