Política
O status da relação entre Lula e União Brasil, segundo ministro
O partido controla direta ou indiretamente três ministérios, mas é criticado por não ‘entregar’ votos na Câmara
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Indicado para comandar o Ministério do Desenvolvimento Regional na cota do União Brasil, o ministro Waldez Góes contemporizou nesta quinta-feira 22 a relação pouco amistosa entre a legenda e o Palácio do Planalto.
Integrantes da sigla, porém, têm subido o tom nas críticas à articulação política do governo Lula e chegaram a se mobilizar por trocas na Esplanada para acomodar nomes mais simpáticos à bancada na Câmara.
“A relação está bem tranquila. O Senado aprovou ontem com larga folga tanto a indicação do [Cristiano] Zanin quanto o arcabouço fiscal. Inclusive com apoio do União. Agora, essas discussões de composição dizem respeito ao presidente Lula coordenar“, disse Góes a CartaCapital.
O ministro desembarcou em Aracaju (SE) para participar da plenária estadual do PPA Participativo. Ele estava acompanhado dos ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos), Simone Tebet (Planejamento) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência).
O União Brasil tem atualmente Daniela do Waguinho (RJ) no Turismo e Juscelino Filho (MA) nas Comunicações. Góes é do PDT, mas foi indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), de quem é aliado.
A resistência da legenda em integrar oficialmente a base governista no Congresso não é recente. Desde o anúncio dos ministérios, quando Lula sequer havia tomado posse, lideranças da sigla já demonstravam ressalvas à composição. Isso porque, segundo parlamentares, as indicações só beneficiam a cúpula e não representam a bancada da Câmara.
Inicialmente, a articulação política do governo tentou ajustar a relação com o União na negociação de cargos no segundo e no terceiro escalões. A tentativa, porém, não avançou e deixou insatisfeitos parlamentares que cobravam a liberação de emendas – em troca, a sigla deixou de entregar votos em matérias importantes para o Planalto.
Agora, Lula sinalizou disposição de atender ao pleito dos deputados e trocar o comando do Turismo. O mais cotado para ganhar a vaga de Daniela é o ex-tucano Celso Sabino, próximo do presidente da Câmara Arthur Lira (PP). Nos bastidores, correligionários já o chamam de ‘ministro’ e avaliam que a troca é “só questão de tempo”.
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