Política

OAB questiona COAF sobre investigações contra Glenn Greenwald

Entidade manifestou preocupação com liberdade de expressão e de imprensa

Foto: Gustavo Bezerra
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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer explicações sobre a suposta solicitação, por parte da Polícia Federal, do relatório das atividades financeiras do jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil. O jornalista é um dos principais responsáveis pela veiculação dos vazamentos de mensagens que indicam suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na condução da Operação Lava Jato.

Em ofício enviado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), na quarta-feira 3, a OAB manifesta estar preocupada em assegurar a liberdade de expressão do jornalista. “A referida especulação tem suscitado a preocupação acerca do risco de violação ao direito fundamental à liberdade de expressão, o qual foi consagrado na Constituição da República de 1988, e constitui um dos pilares do regime democrático brasileiro”, defende a entidade.

O documento também cita que a liberdade de imprensa é mantida pelo artigo 220 da Carta Magna. “A Ordem dos Advogados do Brasil, na condição de defensora do Estado Democrático de Direito e dos direitos humanos, compreende que a manutenção da democracia só é possível com a possibilidade de a mídia atuar livremente”, afirma o texto.

O ofício foi assinado pelo presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, e dirigido ao presidente do COAF, Roberto Leonel de Oliveira Lima. Não é a primeira vez que a entidade divulga um parecer sobre os escândalos da Lava Jato. No dia 10 de junho, a instituição publicou uma nota em que recomenda o afastamento dos envolvidos no vazamento, incluindo o ministro da Justiça, Sérgio Moro. A posição foi criticada pelo ex-juiz em audiência na Câmara, na terça-feira 2, mas a entidade afirmou a CartaCapital que mantém o entendimento.

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