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Na atabalhoada tentativa de preservar o mandato, Sergio Moro pede socorro a Bolsonaro e se oferece ao PL

Passado. Foi-se o tempo em que a mídia inflava o balão do Super Moro - Imagem: Mateus Bonomi/Agif/AFP
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“Relato de um náufrago que esteve dez dias à deriva numa balsa, sem comer nem beber, que foi proclamado herói da pátria, beijado pelas rainhas da beleza e ficou rico com a publicidade e depois foi malquisto pelo governo e esquecido para sempre” Gabriel García Márquez

A trajetória de Sergio Moro é bastante distinta da trilhada por Luís Alexandre Velasco, único sobrevivente do naufrágio do destróier Caldas, da Marinha da Colômbia, encontrado semimorto numa praia deserta ao norte do país e transformado em herói nacional pela folclórica ditadura de Gustavo Rojas Pinilla. O ex-juiz figura, porém, em um enredo tão rocambolesco quanto o da instigante narrativa de Gabriel García Márquez. Impossível saber como o escritor colombiano, Nobel de Literatura em 1982, resumiria a história do provinciano magistrado, que se aventurou em uma cruzada contra a corrupção no Brasil, foi aclamado herói nacional pela mídia, acabou desmascarado por um hacker, e ainda assim integrou o governo do populista de extrema-direita que ajudou a eleger, depois terminou malquisto pelo chefe, saiu atirando, reconciliou-se por conveniência e, uma vez eleito senador, vê o mandato ameaçado pelo partido do seu padrinho. Ufa!

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