Política
Parlamentares assinam pedido de CPI para investigar acusações de Moro
Deputado petista quer investigação contra Moro. Já deputado do DEM afirma que CPI quer esclarecer acusações contra Bolsonaro
Deputados de dez partidos já assinaram pedido para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sério Moro.
De acordo com o documento, protocolado em abril pelo deputado Rogério Correia, do PT, a intenção é apurar “os indícios de supostos crimes do Sr. Sergio Moro quando ministro, como prevaricação, obstrução a investigações, advocacia administrativa, dentre outros, tudo em proveito próprio ou alheio”.
Para Correia, em conversa com CartaCapital, Moro, quando ministro, “prevaricou o tempo inteiro e protegeu as suas relações com a Lava Jato”.
“Enviei ao Ministério da Justiça documentos para investigar integrantes da operação Lava-Jato e nada foi feito”, afirma o deputado, que continua: “Ele prevaricou porque escondeu denúncias contra o presidente [Jair Bolsonaro]”.
De acordo com o petista, subscrevem o pedido parlamentares do PSL, PSDB, DEM, PV, Podemos, PSOL, PDT, PCdoB e PSB.
O deputado Kim Kataguiri, do DEM, rebateu a versão de Correia e disse que assinou uma “CPI para investigar Bolsonaro com base nas declarações de Moro. Não apoiei e nem apoio nenhuma CPI contra Moro”.
Ao todo, para instalação da CPI, são necessárias 171 assinaturas. Até agora, o documento conta com 83. Segundo Correia, há um trabalho para ampliar o número de apoios.
“É extremamente necessário que neste momento, quando o Sr. Sergio Moro não mais goza foro privilegiado, ou blindagem política por parte daqueles que impediram maior averiguação no passado, que a Câmara dos Deputados realize uma ampla e profunda investigação sobre o conteúdo das ilegalidades trazidas pelo The Intercept, além dos indícios de diversos crimes cometidos no cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, como condescendência criminosa, prevaricação, obstrução à investigações e advocacia administrativa, dentre outros”, diz o documento.
Abaixo, o número de assinaturas de cada partido, segundo Correia.
Este texto foi atualizado no domingo 7.
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