Parlamentares assinam pedido de CPI para investigar acusações de Moro

Deputado petista quer investigação contra Moro. Já deputado do DEM afirma que CPI quer esclarecer acusações contra Bolsonaro

Foto: Marcos Corrêa/PR

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Deputados de dez partidos já assinaram pedido para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar declarações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sério Moro.

De acordo com o documento, protocolado em abril pelo deputado Rogério Correia, do PT, a intenção é apurar “os indícios de supostos crimes do Sr. Sergio Moro quando ministro, como prevaricação, obstrução a investigações, advocacia administrativa, dentre outros, tudo em proveito próprio ou alheio”.

Para Correia, em conversa com CartaCapital, Moro, quando ministro, “prevaricou o tempo inteiro e protegeu as suas relações com a Lava Jato”.

“Enviei ao Ministério da Justiça documentos para investigar integrantes da operação Lava-Jato e nada foi feito”, afirma o deputado, que continua: “Ele prevaricou porque escondeu denúncias contra o presidente [Jair Bolsonaro]”.

 

De acordo com o petista, subscrevem o pedido parlamentares do PSL, PSDB, DEM, PV, Podemos, PSOL, PDT, PCdoB e PSB.


O deputado Kim Kataguiri, do DEM, rebateu a versão de Correia e disse que assinou uma “CPI para investigar Bolsonaro com base nas declarações de Moro. Não apoiei e nem apoio nenhuma CPI contra Moro”.

Ao todo, para instalação da CPI,  são necessárias 171 assinaturas. Até agora, o documento conta com 83. Segundo Correia, há um trabalho para ampliar o número de apoios.

“É extremamente necessário que neste momento, quando o Sr. Sergio Moro não mais goza foro privilegiado, ou blindagem política por parte daqueles que impediram maior averiguação no passado, que a Câmara dos Deputados realize uma ampla e profunda investigação sobre o conteúdo das ilegalidades trazidas pelo The Intercept, além dos indícios de diversos crimes cometidos no cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, como condescendência criminosa, prevaricação, obstrução à investigações e advocacia administrativa, dentre outros”, diz o documento.

Abaixo, o número de assinaturas de cada partido, segundo Correia.

Este texto foi atualizado no domingo 7.

 

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