A Polícia Federal instaurou, nesta quinta-feira 13, um inquérito policial para apurar a atuação dos institutos de pesquisa. A abertura de investigação foi uma solicitação do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres, a quem a PF está subordinada.
Em 4 de outubro, dois dias após o primeiro turno das eleições, o bolsonarista anunciou nas redes sociais que havia pedido a abertura de inquérito para mirar “condutas que, em tese, caracterizam a prática de crimes perpetrados”.
A investigação ficará a cargo da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da Superintendência da PF no Distrito Federal.
“O inquérito [da PF] foi instaurado para esclarecer tudo isso; os números muito discrepantes da realidade das urnas”, disse Torres à Agência Brasil durante um ato de campanha em prol de Jair Bolsonaro (PL). “Existem crimes que podem estar por trás disso aí e nada melhor que um inquérito na PF para esclarecer a população, para que ela possa exercer seu direito, para que pesquisas não fiquem direcionando questões de voto útil e outras questões.”
Mais cedo, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Alexandre Cordeiro Macedo, determinou a instauração de um inquérito administrativo para apurar supostos indícios de formação de cartel por Ipespe, Ipec e Datafolha.
O pedido foi feito em ofício enviado ao superintendente do órgão, Alexandre Barreto. No texto, Macedo afirma que a diferença entre os levantamentos de intenção de voto divulgados antes da eleição e o resultado do pleito seria um indício de que os erros foram intencionais.
“A discrepância das pesquisas e do resultado é tão grande que verificam-se indícios de que os erros não sejam casuísticos e sim intencionais por meio de uma ação orquestradas dos institutos de pesquisa na forma de cartel para manipular em conjunto o mercado e, em última instância, as eleições”, escreveu Macedo.
Segundo ele, “quando há uma grande quantidade de pesquisas que falham simultaneamente e no mesmo sentido, é pouco provável que este tipo de erro seja fruto de mero acaso”.
De acordo com Macedo, aliado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), a suposta combinação entre os institutos poderia atentar contra a ordem econômica.
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