A Polícia Federal intimou o deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) a depor na próxima sexta-feira 2. O documento, afirmaram auxiliares do parlamentar a CartaCapital, indica que o motivo da oitiva seria uma investigação preliminar – no juridiquês, ‘termo de declarações’ – na qual Deltan foi citado por alguém.
O depoimento acontecerá às 15h, de forma virtual. A intimação entregue ao ex-procurador da Lava Jato quando ele assistia a uma sessão na Câmara dos Deputados, na tarde desta terça-feira, ainda registra que a ordem da oitiva partiu da “Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores”, sem apresentar maiores detalhes.
Após receber o documento da PF, Deltan voltou a declarar que é alvo de perseguição política. “Acabei de receber intimação sem que seja dito o número dos autos, se sou ouvido como testemunha ou investigado. Apenas dizendo que é ordem de um tribunal superior. Depois de uma perseguição política, agora há uma perseguição policial. Que crime cometi?”, discursou.
Agora, auxiliares de Deltan tentam entender do que se trata a investigação. Um dia após ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara de Curitiba, determinou que o deputado cassado prestasse esclarecimentos sobre o caso Tacla Duran.
O ex-advogado da Odebrecht diz ter sido vítima da suposta tentativa de extorsão do ex-procurador e do ex-juiz Sérgio Moro, hoje senador pelo União Brasil. Tacla Duran alega ter pago 613 mil dólares em 2016 a um advogado ligado a Moro para não ser preso.
Em outra frente, Deltan ainda deve ser alvo de processo por calúnia e difamação pelas declarações contra o ministro do TSE Benedito Gonçalves. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o parlamentar acusou o magistrado de votar pela sua cassação como forma de “fortalecer sua candidatura ao Supremo”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login