PGR defende o arquivamento de inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

A investigação teve início com uma acusação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro

A subprocuradora-geral Lindôra Araújo. Foto: Gil Ferreira/Agência CNJ

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A Procuradoria-Geral da República defendeu no Supremo Tribunal Federal o arquivamento do inquérito que apura possível interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal.

A investigação teve início com uma acusação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. De saída do governo, Moro declarou, em abril de 2020, que Bolsonaro estava operando mudanças na diretoria da PF para evitar que investigações atingissem seu círculo de alianças.

“Diante da atual falta de perspectiva de obtenção de novos elementos que autorizem conclusão diversa, é forçoso reconhecer a ausência de elementos mínimos de convicção capazes de justificar o oferecimento de denúncia, estando ausente a justa causa para a deflagração de ação penal”, afirmou a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo, segundo despacho divulgado pela TV Globo.

Para Lindôra, também não há qualquer outra diligência a ser executada “que possa complementar o arcabouço já existente”.

Em novembro de 2021, Bolsonaro prestou depoimento no âmbito do inquérito e alegou ter substituído o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, por “falta de interlocução”.

Em março deste ano, a PF concluiu que o ex-capitão não cometeu crimes nas supostas interferências. No relatório final enviado ao STF, a corporação também apontou não ser possível imputar crime a Moro pelas acusações.


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