Política

‘Pintou um clima’: Ministro do TSE arquiva ação de Bolsonaro contra Lula sobre meninas venezuelanas

A coligação de ex-presidente alegava uso indevido de peças publicitárias da campanha lulista na eleição de 2022

Foto: CHANDAN KHANNA / AFP
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O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, Benedito Gonçalves, determinou o arquivamento de uma ação apresentada pela campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A coligação do ex-capitão no pleito de 2022 alegava que a campanha petista teria feito uso indevido de trechos de uma entrevista em que Bolsonaro afirmou ter “pintado um clima” com meninas venezuelanas.

Segundo a defesa do ex-presidente, a coligação de Lula teria recorrido a desinformação para prejudicar a honra e a imagem pública de Bolsonaro, por meio da “divulgação massiva de conteúdos sabidamente inverídicos e intencionalmente descontextualizados em diversas redes sociais”.

Na decisão, Gonçalves apontou não haver dúvida sobre a realização da entrevista em que Bolsonaro disse que “pintou um clima”.

“Aspecto relevante é que a existência da entrevista é admitida pelos autores, que, inclusive, transcrevem na petição inicial o teor do que foi dito por Jair Bolsonaro, classificando a fala como ‘uma expressão quando muito infeliz’. Há, portanto, um fato incontroverso, que são os dizeres do Presidente da República, apto a despertar comoção nas redes sociais e levar pessoas a opinarem de diversas formas, inclusive exarando críticas incisivas”, pontuou o ministro.

Segundo o corregedor, os influenciadores que republicaram as peças petistas sobre a polêmica frase não podem ser apontados como membros de uma rede de desinformação organizada.

“Os autores admitem que as postagens se espalharam de forma orgânica e não relatam qualquer ato coordenado concreto entre os autores das postagens. Esse cenário não dá suporte à alegação de que houve uma atuação orquestrada.”

Durante a campanha, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, chegou a determinar a remoção das peças da campanha petista e proibir Lula de promover novas manifestações sobre o assunto.

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