A equipe jurídica do PL envolvida na ação pela cassação do senador Sergio Moro (União-PR) não recebeu qualquer ordem para deixar de recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, favorável ao ex-juiz.
Até agora, portanto, a expectativa dos advogados é que o partido de Jair Bolsonaro vá até o fim em busca da condenação de Moro.
Na última segunda-feira 8, por outro lado, o senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou à TV Cultura ser contra a cassação. “Essa ação não é do PL do Bolsonaro, mas do PL do Paraná”, alegou. “Eu acho errado, já manifestei para nossas lideranças do estado que deveriam ter desistido da ação ou se comprometer de antemão a, após o julgamento no TRE, não recorrer.”
Não houve qualquer orientação do diretório estadual no sentido de abandonar o recurso ao TSE, mas o cenário pode mudar, a depender da disposição do comando nacional de interferir nos interesses locais do partido.
As ações rejeitadas em conjunto pela Corte paranaense partiram do PL e do PT. Elas apontam desequilíbrio na disputa eleitoral de 2022 por supostas irregularidades em gastos na pré-campanha de Moro, a partir de sua filiação ao Podemos. Os partidos questionam, por exemplo, o fato de o ex-magistrado ter se lançado pré-candidato à Presidência e depois ter migrado para o União Brasil a fim de concorrer ao Senado.
Se no PL ainda há alguma dúvida sobre o recurso, o cenário no PT é cristalino.
“Aguardaremos a publicação dos votos para preparar o recurso para o TSE, onde esperamos a reversão da decisão”, garante Arilson Chiorato, presidente do diretório petista no Paraná. “Respeitamos a decisão do TRE, mas discordamos. Até mesmo os votos contrários à cassação deixaram clara a vultuosidade da pré-campanha de Moro.”
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