Política

Manifestantes enquadrados na Lei de Segurança Nacional por chamar Bolsonaro de ‘genocida’ são liberados no DF

Um dos integrantes do grupo, porém, segue detido por uma acusação passada, segundo deputados

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Quatro dos cinco manifestantes detidos no Distrito Federal após estenderem um cartaz que associava o presidente Jair Bolsonaro a uma suástica foram liberados pela Polícia Federal na tarde desta quinta-feira 18.

Em nota divulgada nesta manhã, a Polícia Militar, responsável pela ação, informou que o grupo foi preso por, supostamente, “infringir a lei de segurança nacional por divulgar a cruz suástica associando o símbolo ao presidente da República”.

A PM ainda tentou justificar a prisão sob a alegação de que os manifestantes chamaram Bolsonaro de “genocida”.

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), que acompanhou os manifestantes na Superintendência da PF, confirmou a liberação por meio de vídeo publicado nas redes sociais.

“O delegado da Polícia Federal sequer entendeu que qualquer conduta deles se encaixaria nesse resquício absurdo da ditadura que é a Lei de Segurança Nacional. Então, eles acabaram de ser liberados e tiveram seus celulares devolvidos”, afirmou a parlamentar.

Além dela, os deputados Alencar Santana (PT-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidenta do partido, foram à Superintendência para prestar apoio aos manifestantes.

“Mais um ato autoritário das forças de segurança, que prendem jovens que foram se manifestar pacificamente contra essa política genocida do governo federal. Foram presos de maneira arbitrária, contrariando a Constituição, que assegura o direito à livre manifestação e crítica contra qualquer autoridade ou Poder”, afirmou Santana em contato com CartaCapital. “Querem intimidar todas as pessoas que se manifestam contra o presidente Jair Bolsonaro”, acrescentou.

Um dos manifestantes, no entanto, não foi liberado nesta tarde, segundo deputados. À reportagem, Alencar Santana afirmou que Rodrigo Pilha permanece preso “por uma condenação antiga de desacato”.

Pelas redes sociais, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) reforçou a informação. “Rodrigo Pilha segue preso e acabei de receber a informação de que estão tentando levá-lo para a Papuda. Pegaram uma acusação de 2014 por desacato e estão usando isso como justificativa para mantê-lo preso. É pura perseguição política”, declarou Braga.

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