A Polícia Federal (PF) decidiu adiar o depoimento do general da reserva do Exército Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A oitiva é no âmbito da investigação sobre um suposto esquema de monitoramento ilegal por meio da Agência Brasileira de Inteligência.
O depoimento estava marcado para esta terça-feira 6 e foi adiado porque a defesa do general pediu acesso ao material da investigação. Ainda não há uma nova data para os esclarecimentos.
O depoimento de Heleno foi marcado após as operações deflagradas pela PF para apurar os indícios de espionagem irregular. Na última segunda-feira 29, o alvo foi o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos).
O filho 02 de Jair Bolsonaro foi retratado pela PF como integrante do chamado “núcleo político” do suposto esquema na Abin.
A ação contra Carlos foi um desdobramento das diligências cumpridas em 25 de janeiro contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), chefe da Abin entre 2019 e 2022. Todas as medidas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O esquema sob investigação serviria para monitorar desafetos do governo Bolsonaro, a partir de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis – sem autorização judicial.
A PF indicou que uma organização criminosa espionava autoridades por meio da invasão de aparelhos e computadores, além da infraestrutura de telefonia.
No dia em que a PF foi às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão contra Ramagem, CartaCapital informou que aliados de Jair Bolsonaro temiam que Heleno se tornasse alvo de diligências, por ter sido o chefe do então diretor da Abin.
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