Política

Prefeito de São Paulo assina contrato para programa de reconhecimento facial

O sistema é visto com preocupação por instituições e pesquisadores ligados aos direitos humanos

Edilson Dantas / Agência O Globo
Apoie Siga-nos no

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assinou nesta segunda-feira 7 o contrato para instalar um programa de monitoramento e reconhecimento facial, o Smart Sampa.

Com a adesão, a cidade passará a contar com câmeras de reconhecimento facial como ferramenta de segurança pública. Os equipamentos dispararão um alerta para uma central de monitoramento sempre que identificarem o rosto de uma pessoa procurada pela Justiça ou com aviso de desaparecida nos bancos de dados oficiais. As câmeras também serão usadas para apuração de assaltos, furtos e outros crimes.

Segundo o cronograma anunciado pela prefeitura, as primeiras 200 câmeras próprias começam a operar em outubro. Até fevereiro do ano que vem, serão 5 mil. A previsão é ter as 20 mil câmeras próprias funcionando no fim de 2024.

O sistema será operado por um consórcio formado pelas empresas CLD – Construtora, Laços Detentores e Eletrônica LTDA, Flama Serviços LTDA, Camerite Sistemas S.A. e PK9 Tecnologia e Serviços LTDA. O grupo fez uma oferta de 9,8 milhões de reais no pregão, realizado no fim de maio.

O Smart Sampa é visto com preocupação por instituições e pesquisadores ligados aos direitos humanos, que entendem que a ferramenta pode contribuir para um viés discriminatório, sobretudo em relação às pessoas negras. Também há ponderações feitas por instituições ligadas à proteção de dados pessoais, uma vez que o sistema captará e armazenará informações sem o consentimento dos cidadãos.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo