Política

Presidente da comissão do impeachment é suspeito de corrupção, diz site

O nome de Rogério Rosso (PSD-DF) é citado na Operação Panatenaico, mas seu caso foi remetido à Procuradoria-Geral da República

Apoie Siga-nos no

O deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), que presidiu a Comissão Especial do Impeachment em 2015 e que votou pelo afastamento de Dilma Rousseff “em homenagem à família”, pode ter recebido propina do esquema de corrupção investigado na Operação Panatenaico da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A informação é do portal G1, que cita relatório da PF a respeito dos desvios de dinheiro público realizados na reconstrução do estádio Mané Garrincha, em Brasília.

A Operação Panatenaico prendeu dez pessoas nesta terça-feira 23, entre elas os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), além de Tadeu Filippelli, atual assessor especial de Michel Temer.

O nome de Rosso surgiu nas investigações, afirma a PF, mas o caso foi remetido à Procuradoria-Geral da República (PGR) porque ele é detentor de foro por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado. Como deputado federal, só pode ser investigado pela PGR e julgado pelo Supremo Tribunal Federal.

A Operação Panatenaico é baseada nas delações premiadas de executivos das construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht e nos acordos de leniência firmado pelas duas empreiteiras. Segundo as investigações, em 2008 foi formado um cartel entre várias empreiteiras para fraudar a licitação da reforma do Mané Garrincha e assegurar, de forma antecipada, que as obras fossem realizadas por consórcio formado pela Andrade Guitierrez e pela Via Engenharia. A contrapartida seria o pagamento de propina a agentes políticos e públicos.

Os ex-governadores foram presos junto a pessoas apontadas como suas operadoras no esquema, bem como ao dono da Via Engenharia e aos ex-presidentes da Terracap e da Novacap, empresas públicas do governo do DF envolvidas nas obras. Tadeu Filippelli, o assessor de Temer preso, era vice de Agnelo Queiroz.

Rogério Rosso foi governador tampão do DF por oito meses após a renúncia de Arruda, em 2009, em meio às investigações da Operação Caixa de Pandora. 

Ao G1, Rosso afirmou que ainda não foi informado sobre a investigação e afirmou sua inocência. “Não tenho nenhuma informação sobre isso. Muito pelo contrário. Minha vida pública é muito correta e sempre muito diligente em relação à legislação e à conduta ética. Deve ser algum equívoco”, disse.

Relembre o voto de Rogério Rosso na votação do impeachment: 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar